São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007 |
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EQUÍVOCOS Os sambas não contam O tráfico de escravos começou muito antes de os portugueses chegarem à África. Por rotas saarianas e orientais, os africanos venderam até 25 milhões de pessoas, mais que o dobro das que vieram para a América (estimadas em 11 milhões) A riqueza dos reis africanos, tema da Beija-Flor, tinha uma origem clara: a escravidão. Em 1471, quando os portugueses chegaram a Kano, na Costa do Ouro (atual Gana), encontraram um reino enriquecido pela venda de escravos. Tinha palácios, uma mesquita central e 21 cidades erguidas a mando do grão-vizir. Em cada uma delas, havia centenas de escravos Para comprar ouro por ali, os portugueses tiveram que obter a moeda local -escravos. Entre 1500 e 1535, compraram cerca de 10 mil escravos no Golfo do Benin para usá-los como moeda na própria África O Daomé, também citado no enredo da Beija-Flor, foi uma das nações que mais lucraram com a escravidão. Tinha uma burocracia militar, estradas, pontes vigiadas por guardas, cidades com 28 mil pessoas. O rei africano controlava o comércio, mandava embaixadores ao Brasil para negociar a venda de escravos e podia, se quisesse, mandar todos os estrangeiros embora, fechando o país. Geralmente, não era o que fazia Texto Anterior: Análise/Carnaval e história: A Beija-Flor mente sobre a África Próximo Texto: Carlos Heitor Cony Índice |
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