São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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CGU quer que Fontes devolva R$ 36,5 mi de "Chatô'

Ator afirma que não há irregularidades nas contas do filme; análise da Controladoria ainda será encaminhada ao MinC

LUCAS FERRAZ
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em mais um capítulo da longa novela em que se transformou o filme "Chatô - O Rei do Brasil", a CGU (Controladoria Geral da União) confirmou análise do Ministério da Cultura e determinou que a produtora responsável pela película, cujos donos são o ator Guilherme Fontes e Yolanda Medina Coeli, devolva aos cofres públicos R$ 36,5 milhões.
O motivo da decisão é o fato de a empresa ter começado a captar recursos em 1995 e não ter concluído o filme até hoje. Todo o montante, atualizado em valores de fevereiro de 2006, diz respeito a recursos captados por meio de renúncia fiscal, baseados na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual.
Fontes afirmou à Folha que não há irregularidade nas contas do filme. "Não há R$ 1 errado. As contas, inclusive, foram aprovadas pelo TCU [Tribunal de Contas da União]", disse, sobre análise feita em 2002.
A decisão da CGU, contudo, é administrativa. A análise será encaminhada ao MinC (Ministério da Cultura), que decidirá o que fazer. Procurado, o MinC informou que o assunto seria com a Ancine (Agência Nacional de Cinema), que não se manifestou por não ter sido comunicada da decisão da CGU.
Fontes, porém, diz que está em negociação com a pasta. "A CGU provavelmente não sabia das tratativas em andamento."
Segundo o ator, a demora em finalizar o filme é uma conseqüência da "difamação da imprensa" a que ele disse ter sido vítima. Culpa também "um blefe da oposição", referindo-se à gestão do MinC durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que teria causado problemas de arrecadação.

"Filme sai neste ano"
"Se tudo ocorrer bem, como está sendo até agora, [o filme] deve sair até o fim do ano", afirmou Fontes. Segundo ele, as filmagens terminaram em 2004, faltando a edição. Em 2001, o ator declarou que "Chatô" sairia até dezembro daquele ano.
Guilherme Fontes diz que não se trata apenas de um longa. "É um projeto multimídia", afirma, "será produzido também um documentário e um seriado para TV". Segundo ele, entre os anos de 1996 e 1999 foram captados cerca de 80% dos R$ 12,5 milhões autorizados. "Falta concluir a captação, pois meu nome foi incluído numa lista de inadimplentes por causa de outros problemas."


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