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CGU quer que Fontes devolva R$ 36,5 mi de "Chatô'
Ator afirma que não há irregularidades nas contas do filme; análise da Controladoria ainda será encaminhada ao MinC
LUCAS FERRAZ
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em mais um capítulo da longa novela em que se transformou o filme "Chatô - O Rei do
Brasil", a CGU (Controladoria
Geral da União) confirmou
análise do Ministério da Cultura e determinou que a produtora responsável pela película,
cujos donos são o ator Guilherme Fontes e Yolanda Medina
Coeli, devolva aos cofres públicos R$ 36,5 milhões.
O motivo da decisão é o fato
de a empresa ter começado a
captar recursos em 1995 e não
ter concluído o filme até hoje.
Todo o montante, atualizado
em valores de fevereiro de
2006, diz respeito a recursos
captados por meio de renúncia
fiscal, baseados na Lei Rouanet
e na Lei do Audiovisual.
Fontes afirmou à Folha que
não há irregularidade nas contas do filme. "Não há R$ 1 errado. As contas, inclusive, foram
aprovadas pelo TCU [Tribunal
de Contas da União]", disse, sobre análise feita em 2002.
A decisão da CGU, contudo, é
administrativa. A análise será
encaminhada ao MinC (Ministério da Cultura), que decidirá
o que fazer. Procurado, o MinC
informou que o assunto seria
com a Ancine (Agência Nacional de Cinema), que não se manifestou por não ter sido comunicada da decisão da CGU.
Fontes, porém, diz que está
em negociação com a pasta. "A
CGU provavelmente não sabia
das tratativas em andamento."
Segundo o ator, a demora em
finalizar o filme é uma conseqüência da "difamação da imprensa" a que ele disse ter sido
vítima. Culpa também "um
blefe da oposição", referindo-se à gestão do MinC durante o
governo Fernando Henrique
Cardoso, que teria causado
problemas de arrecadação.
"Filme sai neste ano"
"Se tudo ocorrer bem, como
está sendo até agora, [o filme]
deve sair até o fim do ano", afirmou Fontes. Segundo ele, as filmagens terminaram em 2004,
faltando a edição. Em 2001, o
ator declarou que "Chatô" sairia até dezembro daquele ano.
Guilherme Fontes diz que
não se trata apenas de um longa. "É um projeto multimídia",
afirma, "será produzido também um documentário e um
seriado para TV". Segundo ele,
entre os anos de 1996 e 1999 foram captados cerca de 80% dos
R$ 12,5 milhões autorizados.
"Falta concluir a captação, pois
meu nome foi incluído numa
lista de inadimplentes por causa de outros problemas."
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