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Rourke chora e diz palavrão ao vencer no Spirit Awards
Premiação do cinema independente, ocorrida anteontem nos EUA, consagra protagonista do drama "O Lutador"
Em seu discurso de agradecimento, ator lembrou a polícia de Santa Monica, que o ajudou quando estava na miséria
DO ENVIADO A LOS ANGELES
No sábado à tarde, em seu
discurso de agradecimento pelo prêmio de melhor ator do
Spirit Movie Awards, por conta
de seu papel em "O Lutador",
Mickey Rourke, 56, falou palavrão e chorou, ao dedicar o troféu a Loki, um de seus cães chihuahua, que morreu recentemente. O prêmio, que é chamado de o "Oscar" do cinema independente, somente aceita filmes com orçamento de até US$
20 milhões -fortuna para os
padrões brasileiros, soma modesta para os hollywoodianos,
ao menos assim era até a crise.
"O Lutador" foi o grande vencedor da noite, levando também o prêmio de melhor filme.
O longa narra história de um
ídolo decadente de luta livre
que arrisca saúde e vida por
mais um segundo de glória e
que lembra a trajetória do próprio Rourke.
O ator chegou ao primeiro time nos anos 80 e, por conta de
decisões e papéis errados e intervenções cirúrgicas que o
desfiguraram, flertou com a
miséria nos últimos anos. Literalmente: no discurso de agradecimento, ele lembrou a polícia de Santa Monica, onde
acontecia a cerimônia, por ter
ajudado a achar um abrigo para
o ator passar a noite, quando
não tinha onde morar.
"O Lutador" levou ainda filme e direção de fotografia. Os
outros premiados reforçaram a
noção de que o Spirit e o Oscar
estão cada vez mais parecidos,
tanto pelo divórcio do primeiro
com sucessos de bilheteria como pela proliferação no segundo dos selos "de arte" dos grandes estúdios, que bancam produções menores mas recheadas
de famosos, o que desvirtua o,
digamos, espírito do prêmio.
Assim, saíram vencedores
gente como Penélope Cruz
(atriz coadjuvante) e Woody
Allen (roteirista), que não deu
as caras, por "Vicky Cristina
Barcelona"; James Franco
(ator coadjuvante) por "Milk -A
Voz da Igualdade" e Charlie
Kaufman, por sua estreia na direção em "Synecdoche, New
York".
(SÉRGIO DÁVILA)
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