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Site é vitrine da blogosfera musical
Hype Machine cresce reunindo links para MP3 e driblando questões legais
Criador credita sucesso do endereço ao conteúdo produzido por blogueiros; site firmou parceria com SoundCloud em janeiro
BRUNA BITTENCOURT
DA REPORTAGEM LOCAL
Anthony Volodkin era um estudante de computação quando criou o Hype Machine, em
2005. Fã de Arcade Fire e Nina
Simone, Volodkin, 24, havia
trocado as revistas de música
pelos blogs de MP3 a fim de
descobrir novas bandas. Mas,
naquela época, eles já eram
muitos. Foi aí que o estudante
teve a ideia de criar um site que
reunisse o melhor deles.
Cinco anos depois, o Hype
Machine (hypem.com) é um
dos principais agregadores de
blogs de MP3. Recebe 1,8 milhão de visitantes únicos por
mês e mais de mil pedidos diários de blogs para inclusão no
site. Ali, é possível ouvir música
postada por milhares de blogs,
sem deixar o endereço. Assim,
além de rádio virtual, o HM é
uma vitrine das bandas que estão sendo tocadas e discutidas
na blogosfera.
"Grande parte do nosso sucesso se deve aos blogs com que
trabalhamos", contou Volodkin à Folha, de Nova York, onde fica o escritório do HM.
"Nós criamos uma forma conveniente para que as pessoas
vejam o que está acontecendo
nos blogs. Existem tantos que é
difícil saber o que é importante. Acho que a razão do nosso
sucesso é sermos capazes de
resumir o conteúdo interessante que esses blogueiros estão criando."
Em janeiro, o HM passou a
incorporar o conteúdo do
SoundCloud (ferramenta para
fazer "upload" de música, usada por blogueiros e artistas),
aumentando ainda mais o conteúdo que disponibiliza.
Volodkin não vê o Hype Machine como um concorrente do
Pandora ou Last FM, sites que
também proporcionam ao internauta descobrir novos artistas. E, de olho nesse filão, o You
Tube criou o You Tube Disco
(www.youtube.com/disco).
A iniciativa, assim como o
sucesso do Hype Machine,
coincide com o cerco judicial
em torno da proteção autoral
que sites de troca de arquivos
sofreram no ano passado. "As
pessoas estão desenvolvendo
formas mais fáceis de mostrar
música. Ninguém quer baixar
faixas a todo o tempo", afirma
Volodkin.
E o HM evitou até agora pendengas jurídicas por não permitir que downloads sejam feitos em seu endereço. Para ter a
música tocada pelo HM, o internauta deve visitar o blog em
que ela foi postada, indicado
pelo próprio HM. Por outro lado, o site também oferece o caminho lícito para isso, apontando a compra daquela faixa
no iTunes e em outras lojas virtuais. E é daí que vem a renda
do HM, somada a anúncios.
"Nós não desenhamos o site
para as pessoas ouvirem música de graça, mas para elas descobrirem novos artistas, o que
é uma grande distinção", defende-se Volodkin. O HM retira do site posts que desrespeitem proteção autoral, quando
as gravadoras reclamam.
Apesar de não desagradar a
indústria, Volodkin tem evitado trabalhar junto dela: segue
independente, com cinco funcionários e ainda não aceitou
nenhuma proposta para compra do site. "Tudo que é relacionada à música na internet é
uma área difícil de se investir.
Se você trabalha com a indústria muito de perto, é difícil
crescer e se tornar um negócio
rentável. Eles não querem que
você vá bem."
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