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"Fui uma espécie de dublê", diz ex-atacante corintiano
DA REPORTAGEM LOCAL
As lembranças como ator
não são tão agradáveis como ele
queria. Na verdade, Carbone,
hoje com 80 anos, não se recorda totalmente da história que
ajudou a protagonizar em "O
Craque", de 1953.
O ex-jogador do Corinthians
na década de 50 fez o papel dele
mesmo no filme, mas alguns
lances de jogo filmados foram
atribuídos ao galã da história, o
ator Carlos Alberto. "Eles iam
fazer o filme e falaram comigo.
Eu tinha semelhança com o
ator e eles me escolheram, mas
também era o melhor jogador
do Corinthians. Só lamento que
ele [Carlos Alberto] tenha ficado com todos os meus gols no
filme", diz Carbone, rememorando 1951, quando começaram as filmagens e ele foi artilheiro do Campeonato Paulista,
vencido pelo alvinegro.
"Eu fui uma espécie de dublê.
Nos lances de jogos em que a
câmera ficava distante, era eu
que aparecia. Quando eles filmavam de perto, era o rosto dele", conta o ex-jogador, hoje dono de uma quadra de futsal no
Belém, na zona leste da cidade.
No bairro, relembra Carbone, ele acompanhou pela segunda e última vez uma exibição de "O Craque". A única,
aliás, em que conseguiu ver o
filme inteiro. O ex-jogador não
se recorda do ano.
Antes, em 1954, o então atacante corintiano diz ter excursionado com o clube pelo Recife. Numa noite de folga, lembra,
foi a uma sala de cinema da capital pernambucana para
acompanhar, pela primeira vez,
uma exibição do longa.
"Cheguei quando o filme já
havia começado. Sentei no fundo para não ser reconhecido e
saí antes do final", conta Carbone, após saber pela reportagem
que os negativos do filme estão
se deteriorando. "Fico triste.
Talvez aquelas sejam as únicas
imagens minhas e daquele time
do Corinthians", lamenta.
Ele integrou um dos maiores
times da história do Corinthians, que ganhou o Quarto
Centenário de São Paulo, em
1954, após empatar com o rival
Palmeiras.
(EAR E LM)
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