São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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Crítica

"Ben-Hur" reflete o espírito da Páscoa

CRÍTICO DA FOLHA

"Ben-Hur" é o filme certo para o domingo de Páscoa, embora o horário (22h) em que o TCM o programa não seja, nem de longe, o mais apropriado.
Mas "Ben-Hur", em sua versão de 1959, carrega a pompa de um acontecimento dessa magnitude: uma ressurreição, ou melhor, a ressurreição.
Estamos no começo do cristianismo, e Judah Ben-Hur (Charlton Heston) alegra-se ao saber do retorno de seu amigo Messala a Jerusalém. Mas Messala hoje é um representante de Roma. Enfim, Ben-Hur comerá o pão que o diabo amassou, será enviado às galés, verá suas parentes sofrendo.
Mas Ben-Hur é, além do mais, Charlton Heston. De maneira que sabemos de antemão que, no final das contas, a civilização judaico-cristã triunfará sobre a barbárie romana.
Afinal, em linhas gerais, é isso que se celebra na Páscoa. "Ben-Hur" acrescenta-lhe alguns elementos puramente cinematográficos: seu ponto alto é a longa corrida de bigas em que o protagonista se vê envolvido, em que precisa combater com inteligência e habilidade a brutalidade do antagonista.
Ao contrário de outras superproduções da época, este "Ben-Hur" de William Wyler não faz o elogio do martírio característico do início do cristianismo, mas de sua força.
Apesar dos dolorosos percalços que o entrecho reserva ao herói, não é exagero dizer que existe algo de eufórico e de feliz em seu destino. É difícil encontrar um filme tão dentro do espírito do dia quanto este. (IA)


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