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crítica
"Cinema, Aspirinas..." alia estranhezas
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Durante a Segunda Guerra,
um alemão de nome Johann
viaja pelo Nordeste brasileiro
mostrando filmes e vendendo
aspirinas. Uma coisa vai com a
outra: a imagem do cinema
vende a certeza da cura para a
dor. No caminho, o alemão encontra o brasileiro Ranulpho,
com quem faz amizade. Um
brasileiro falador, diga-se, que
passa a acompanhá-lo. Estamos em "Cinema, Aspirinas e
Urubus" (Canal Brasil, 22h),
de Marcelo Gomes.
É um pouco estranho alinhar
o que existe nesse filme: telas
desmontáveis de cinema, sertão, consumo (inútil) de medicamentos, publicidade, o quê
taciturno do alemão, o quê expansivo do sertanejo... Mas como isso se acumula? O que faz
disso uma história? Me parece
que a guerra é o que está por
trás de tudo. Essa guerra que o
nordestino mal sabe que existe,
mas em função da qual o alemão vem bater neste canto do
mundo. O filme poderia ser
mais enfático a esse respeito,
economizar um pouco a sutileza. Mas é um filme sólido.
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