São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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Crítica

"Rio Grande", de Ford, tem tristeza de tom crepuscular

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há muitos motivos em "Rio Grande" (Telecine Cult, 20h05) para cortar o coração: o fato de o militar John Wayne ter perdido a amada mulher (Maureen O'Hara) por sua fidelidade ao dever, por exemplo; ou o fato de ela ver o próprio filho seguir as pegadas do pai.
O dever, sabe-se, é sempre imperativo nos filmes de Ford. O que temos a fazer está sempre na frente do que queremos. E o tenente-coronel Kirby Yorke é a forma acabada dessa maneira de estar entre as coisas.
Mas o que dá a nota final de tristeza neste filme é o seu tom crepuscular. Temos ali um militar em fim de carreira. Um homem exemplar. E o que é ele na hierarquia militar? Um simples tenente-coronel.
Sim, sabemos que para Ford a virtude é a dos homens anônimos, sem glória. Ainda assim, Kirby Yorke, sua família e seus próximos nos desconcertam, nesse último e glorioso filme (1950) da famosa Trilogia da Cavalaria.
Ainda hoje, mesmo canal, 18h15: "Um Barco e Nove Destinos", de Hitchcock.


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