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Exposição exibe flagrante fotográfico que cria "esculturas" no museu do Louvre
EDER CHIODETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fotografar pessoas que observam obras em um museu
tornando-as esculturas ocasionais diante de quadros famosos
na história da arte é um dos melhores motes do ensaio do brasileiro Alécio de Andrade
(1938-2003), que por 40 anos
fotografou o movimento do
Louvre, em Paris. O trabalho
gerou cerca de 12 mil fotos e se
transformou agora no livro "O
Louvre e Seus Visitantes" e em
uma exposição, que será inaugurada hoje à noite no Instituto
Moreira Salles, em São Paulo.
O livro, editado em parceria
entre o Instituto Moreira Salles
e a editora francesa Le Passage,
foi impresso na Itália e traz prefácio do filósofo francês Edgar
Morin. Num dado momento, ao
comentar o efeito das imagens
na vida das pessoas, Morin comenta que a fotografia irriga a
vida real do imaginário, e o imaginário, da vida real. "O imaginário é o além multiforme e
multidimensional das nossas
vidas e no qual nossas vidas
igualmente se banham", diz.
Ao olhar as imagens de Andrade, o imaginário se potencializa em quando o artista consegue captar seus modelos em
flagrantes que os relacionam
por meio de forma e luz com os
quadros da história da arte. Isso acontece quando um segurança do Louvre, ao lado da
"Mona Lisa", de Da Vinci, e repete sem querer o gesto e a expressão do quadro. Ou quando
três freiras se postam diante da
tela "As Três Graças", de Jean-Baptiste Regnault, criando
uma tensão mordaz e bem-humorada entre obra de arte e
realidade.
A mostra no IMS integra os
eventos ligados ao Ano da
França no Brasil.
O LOUVRE E SEUS VISITANTES
Quando: abertura hoje, às 19h30 (convidados); de ter. a sex. das 13h às 19h, e
sáb. e dom. das 13h às 18h; até 21/6
Onde: Instituto Moreira Salles (r. Piauí,
844, SP, tel. 0/xx/11/3825-2560); livre
Quanto: entrada franca
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