São Paulo, Sexta-feira, 23 de Abril de 1999 |
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TRECHO DO LIVRO "Manu, artesão do ferro retorcido e do latão, foi escolhido para fazer um Exu a fim de enfeitar o jardim: O Compadre vai ser o guardião da casa, disse Jorge. Lá estava ele, enorme, formoso, de cauda virada, chifrinhos e estrovenga. Não tardou muito, um recado de Mãe Senhora pedia que Jorge fosse vê-la. Tu não tem juízo, seu Jorge? Onde já se viu botar dentro das portas um orixá forte desses, sem o fundamento?, disse a mãe-de-santo. No dia seguinte, apareceu um emissário de Senhora. Trazia um galo preto, um litro de azeite-de-dendê, um litro de cachaça, farofa amarela e alguns charutos. Cavou a terra, fez uma valeta em torno da escultura, nela atirou os charutos, despejou o dendê, a cachaça, a farofa e o sangue de galo de pescoço decepado na hora. Até hoje sigo as instruções de Mãe Senhora: às segundas-feiras, infalivelmente, dou de beber ao meu compadre, despejo meio copo de cachaça sobre ele, assobio uma música que Verger me ensinou." Texto Anterior: Livro traz supra-sumo de memórias Próximo Texto: Joyce Pascowitch Índice |
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