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Mestre Ambrósio alia tradição à tecnologia
da Reportagem Local
Outra novela se encerrou no
Abril pro Rock 99. Após nove meses de geladeira, a Sony afinal lançou "Fuá na Casa de Cabral", primeiro disco nacional da banda
pernambucana Mestre Ambrósio
(o primeiro, de 96, só circulou de
forma independente, por esforço
artesanal do próprio sexteto).
Graças a tal letargia, "Fuá" acaba
saindo na sequência de "Vô Imbolá", de Zeca Baleiro, quando era
pontapé inicial de uma experiência
a que o músico maranhense veio
adicionar novos ingredientes.
Banda tradicionalista por excelência, o Mestre Ambrósio se associou em "Fuá" ao produtor iugoslavo/brasileiro Mitar Subotic, o
Suba, mais ligado, em geral, ao experimentalismo eletrônico.
A parceria não "moderniza" o
Mestre, mas antes confere a seu
aparato musical consistência tecnológica inédita -Suba se oferece
à banda, não se impõe a ela. O resultado é um disco tradicional que
não parece conservador e se abre,
até, a algumas interferências impressionantes de samplers.
O grupo amplia seu universo de
forró sofisticado, namorando ciranda ("Pescador") e samba carioca ("Pedra de Fogo"). Temas do
primeiro CD são regravados, talvez com certa redundância, mas se
prestando assim à comparação da
banda ainda crua e, depois, aliada
aos truques de tecnologia. Nesse
fio tenso, "Fuá" faz-se, mais que
música, instrumento de reflexão
sobre o Brasil.
(PAS)
Avaliação:
Disco: Fuá na Casa de Cabral
Grupo: Mestre Ambrósio
Lançamento: Chaos/Sony
Quanto: R$ 18, em média
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