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Mexicano estreante vira sensação
DO ENVIADO A CANNES
Um filme mexicano, de um
diretor estreante de 31 anos,
que está sendo exibido fora da
competição, é uma das principais sensações de Cannes.
"Japão" é o título enigmático
do filme, que nada tem de nipônico. Carlos Reygadas é o
nome do diretor, um ex-advogado que está sendo comparado ao russo Andrei Tarkovski e
ao brasileiro Glauber Rocha.
O filme entrou na mostra paralela Quinzena dos Realizadores e está atraindo uma multidão de espectadores desde que
foi aclamado pelos jornais.
Para o "Libération", o filme
dá a impressão de ter descoberto uma fonte "de petróleo estético onde outros não viram senão um veio d'água suja". Para
o "Le Monde", é a revelação
"de um imenso cineasta".
"Japão" conta a história de
um cinquentão que vai para
uma região remota do México
a fim de se suicidar. Lá, seu projeto se frustra após se envolver
com uma mulher idosa, com
quem terá relações sexuais (é
uma das cenas fortes do filme).
O impacto vem da liberdade
com que filma e da sua capacidade de criar e enfrentar até o
fim um complicado desafio
narrativo. A imagem, granulada e em tela larga, ora se estende em longa contemplação, ora
explode em planos de choque,
onde crueldade, inocência e
poesia são a mesma coisa.
Na competição, foram exibidos ontem "Um Homem sem
Passado", de Aki Kaurismäki, e
"Sobre Schmidt", de Alexander
Payne -duas ficções populistas, bastante modestas em todos os aspectos, sobretudo no
cinematográfico.
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