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A moral da história
Divulgação
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Cena de 'S 21', do cambojano Rithy Panh |
PEDRO BUTCHER
SILVANA ARANTES
ENVIADOS ESPECIAIS A CANNES
A constatação: "Se tivéssemos perdido [nos
ataques ao Japão], teríamos de responder como criminosos de guerra pelo que fizemos".
A dúvida: "Por que a moral é uma para os
vencedores e outra para os vencidos?".
O espanto: o autor das frases é Robert
McNamara, o todo-poderoso secretário de
Defesa dos EUA, que se manteve no cargo de
1961 a 1968. O revisionismo histórico e pessoal
de McNamara é a pedra de toque de "The Fog
of War" (A Bruma da Guerra), documentário
do norte-americano Errol Morris, apresentado no 56º Festival de Cannes.
Dois outros filmes da mostra coincidem
com este na abordagem de eventos históricos
do século 20 pela voz de seus protagonistas.
"Condor: Les Axes du Mal" (Condor: Os Eixos
do Mal), do argentino Rodrigo Vazquez, tematiza a Operação Condor -esforço de governos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai, Brasil, Bolívia, Equador e Peru) na repressão política nos anos 60, com apoio dos
EUA. E "S 21, la Machine de Mort Khmère
Rouge" (A Máquina de Morte do Khmer Vermelho), em que o cambojano Rithy Panh reconduz torturadores e torturados ao principal
endereço de torturas da ditadura do Camboja.
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