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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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A moral da história

Divulgação
Cena de 'S 21', do cambojano Rithy Panh


PEDRO BUTCHER
SILVANA ARANTES
ENVIADOS ESPECIAIS A CANNES

A constatação: "Se tivéssemos perdido [nos ataques ao Japão], teríamos de responder como criminosos de guerra pelo que fizemos".
A dúvida: "Por que a moral é uma para os vencedores e outra para os vencidos?".
O espanto: o autor das frases é Robert McNamara, o todo-poderoso secretário de Defesa dos EUA, que se manteve no cargo de 1961 a 1968. O revisionismo histórico e pessoal de McNamara é a pedra de toque de "The Fog of War" (A Bruma da Guerra), documentário do norte-americano Errol Morris, apresentado no 56º Festival de Cannes.
Dois outros filmes da mostra coincidem com este na abordagem de eventos históricos do século 20 pela voz de seus protagonistas. "Condor: Les Axes du Mal" (Condor: Os Eixos do Mal), do argentino Rodrigo Vazquez, tematiza a Operação Condor -esforço de governos do Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai, Brasil, Bolívia, Equador e Peru) na repressão política nos anos 60, com apoio dos EUA. E "S 21, la Machine de Mort Khmère Rouge" (A Máquina de Morte do Khmer Vermelho), em que o cambojano Rithy Panh reconduz torturadores e torturados ao principal endereço de torturas da ditadura do Camboja.


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