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Guzmán se
repete ao
buscar legado
de Allende
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira imagem é a dos
óculos quebrados. Aqueles que
marcaram o rosto do presidente chileno Salvador Allende
(1908-1973) nas imagens que
restaram de seus efusivos discursos. A voz do cineasta Patrício Guzmán surge: "Minha vida
não seria a mesma sem Allende.
Eu não seria o que sou, se não
fosse essa utopia rompida".
Guzmán, diretor da trilogia
"A Batalha do Chile" (1975-77),
volta a levar às telas a história
do golpe militar que derrubou o
regime socialista chileno, em
1973. "Allende", em cartaz nos
países hispano-americanos
mas ainda sem previsão de exibição aqui, é irregular e um tanto repetitivo para quem viu o
filme de 1975, mas traz alguns
detalhes novos. Entre eles, uma
entrevista com o embaixador
norte-americano no país então,
em que este detalha como o governo dos EUA dava orientações para que se apoiasse os
opositores de Allende.
O filme de Guzmán é parcial
e laudatório: "Quis fazer um filme sobre um político que cumpre o que promete e, quando
não consegue, se suicida. Quantos podem dizer isso?", disse ao
diário argentino "Página 12".
Mas, infelizmente, dá poucas
respostas à pergunta a que se
propõe: "O que teria restado de
toda aquela utopia?". Em vez
disso, recolhe curiosidades, como o fato de que Allende gostava de cazuela e empanadas e
que teve uma infância feliz em
Valparaíso.
(SC)
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