São Paulo, sexta, 23 de maio de 1997.



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SHOW
Cantora lança novo álbum, "Diversões Não-Eletrônicas", com apresentações no Tom Brasil, até domingo
Vânia Bastos faz tributo a arranjadores

CARLOS CALADO
especial para a Folha

Uma homenagem à figura do maestro-arranjador. É assim que a cantora Vânia Bastos define seu novo álbum, "Diversões Não-Eletrônicas" (Velas), que chega às lojas na próxima semana.
O show de lançamento acontece de hoje a domingo, no Tom Brasil. A seu lado, Vânia terá o mesmo elenco que a acompanha no CD, com destaque para o Quarteto da Academia Paulista de Cordas.
"A gente gravou como se fazia antigamente: com todos os músicos juntos no estúdio. Isso dá uma emoção diferente ao disco", diz o produtor e compositor Eduardo Gudin, que idealizou o projeto.
O álbum reúne partituras de alguns dos maiores arranjadores do país. A começar pelo mestre Pixinguinha, cujo arranjo para seu maxixe "Gavião Calçudo" foi adaptado para a nova formação por Cláudio Leal Ferreira.
"Tivemos a preocupação de mostrar as diferentes escolas de arranjadores, mas no fundo todos acabam se ligando. A tradição é a mesma", conclui Gudin.
Geração de ouro
O elenco de maestros-arranjadores inclui representantes da chamada geração de ouro, como Cyro Pereira (da antiga TV Tupi) e Luís Arruda Paes (da TV Record dos anos 60), até nomes mais recentes, como Jaques Morelembaum, Nelson Ayres e Edson Alves.
A idéia nasceu quando Gudin localizou os arranjos que Léo Peracchi escreveu, em 1959, para um álbum da cantora (e sua mulher) Lenita Bruno, com canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
"Esse disco se chama 'Por Toda a Minha Vida' e fez a cabeça de muitos músicos", lembra Gudin, que, a exemplo de Tom Jobim, também foi aluno de Peracchi.
"É muito legal poder colocar a voz a serviço de épocas musicais tão diferentes", diz Vânia Bastos, referindo-se à diversidade do repertório escolhido para o disco.
Ao lado da antiquíssima valsa "Por um Beijo" (composta por Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense, com arranjo de Théo de Barros) aparece a canção pop "Pra Sempre e Mais um Dia" (de Marina e Antonio Cícero, arranjada por Mário Manga).
Mais novas ainda são "Fim do Ano" (de Swami Jr. e José Miguel Wisnik, com arranjo de Jaques Morelembaum) e "Linda de Lua" (de Vicente Barreto e Celso Viáfora, arranjada por Adilson Godoy).
Mas o roteiro do show, dirigido pelo experiente Fernando Faro, não se restringe às 16 canções do novo CD. Inclui ainda, revela a cantora, duas composições de Tom Jobim: "Canta Mais" e "Passarim".
Bem à vontade, ao lado dos músicos da Academia Paulista de Cordas, Vânia justifica a afinidade sonora: "Minha voz é mais para suave do que volumosa. Por isso, as cordas caem como uma luva."

Show: Vânia Bastos
Músicos: Quarteto da Academia Paulista de Cordas, Toninho Carrasqueira (flauta), Proveta (sopros), Lito Robledo (baixo), Toninho Pinheiro (bateria) e outros
Onde: Tom Brasil (r. das Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, região oeste de São Paulo, tel. 011/820-2326)
Quando: hoje e sábado, às 22h; domingo, às 20h
Quanto: de R$ 20 a 40 (hoje e sábado); de R$ 15 a R$ 30 (domingo)
Disco: Diversões Não-Eletrônicas Lançamento: Velas Quanto: R$ 18 (em média)


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