São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

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MÚSICA

DJs Josh Wink e Mathew Jonson, entre outros, tocam na comemoração dos sete anos de existência do clube paulistano

Nova e velha dance fazem festa do Lov.e

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Clube dos mais ativos da cena eletrônica de São Paulo, o Lov.e realiza amanhã festa para comemorar sete anos de vida. Dois DJs internacionais -um da velha, outro da nova geração- foram convocados para a noite.
Um dos nomes é o norte-americano Josh Wink, experiente DJ de tecno que já flertou com o trance, no país pela quarta vez. O outro é Mathew Jonson, jovem produtor canadense que se apresentou no festival Sónar, na Espanha, na semana passada.
Local que já abrigou noites de tecno, drum'n'bass, house, breaks, electro, rock etc., o Lov.e leva para a comemoração vários de seus residentes, como Mau Mau, Camilo Rocha, Murphy, Paula. A festa será num lugar maior, o clube The Week, com duas pistas.
"Não há nada de inovador vindo do rock e do hip hop. São sempre as mesmas músicas com os mesmos truques... É uma vergonha", diz Josh Winkelman, por telefone à Folha, ao ser questionado se a eletrônica está perdendo espaço entre os jovens para outros tipos de música. "Ainda há muita gente criativa na eletrônica, fazendo coisas que não são feitas para o rádio. Há mais inovação na eletrônica do que no rock ou no hip hop. No rap, se você quiser fazer sucesso, é só lançar um disco como Missy [Elliott] ou Puffy [Daddy]; na eletrônica não tem como seguir fórmulas."
Josh Wink é quase um ser estranho no mundo da dance music. É vegetariano, abomina drogas, começou a ouvir música através do punk e cultivava, até há pouco tempo, um visual rastafári de fazer inveja a qualquer jamaicano. A última vez que veio ao país foi em 2004, no Skol Beats. "É legal tocar em lugares grandes, e aquele festival foi uma boa experiência, mas prefiro locais mais intimistas. Em festivais, o público espera música pesada, eufórica. Em lugares menores não me sinto forçado a tocar apenas esse tipo de música."
Autor de um álbum de estúdio ("Herehear", de 1998) e de alguns clássicos da eletrônica, como "Higher State of Consciousness" e "Don't Laugh", Wink produziu algumas compilações mixadas bem elogiadas, como os dois CDs "Profound Sounds", lançados nos EUA e na Europa. No momento, ele diz, termina um remix para um artista que não pode revelar. "Depois vou trabalhar numa coletânea. Provavelmente será um disco duplo: um mais downtempo e outro mais forte, para pista."
Wink afirma que não sabe como serão suas novas produções -e nem o rumo que o tecno deve tomar nos próximos anos. "Os artistas devemos pôr para fora aquilo que sentimos num momento, como um pintor, um escritor. Há gente que diz que a dance music está morta, mas você vai a um clube, e ele está cheio, e as pessoas que estão lá não estão mortas..."
A idéia de uma tal "morte" da eletrônica é totalmente dissipada ao se ouvir Mathew Jonson. O canadense, que se apresentará na festa em live PA (tocará suas produções ao vivo), é um dos mais cerebrais produtores do momento; suas músicas têm linhas bem melódicas, variadas, com alternância de ritmos e freqüências.
É autor de canções como "Marionette" e "She Is He".


Lov.e 7 Anos
Com:
DJs Josh Wink, Mathew Jonson, Mau Mau, Julião, Camilo Rocha e outros
Quando: amanhã, a partir das 23h
Onde: The Week (r. Guaicurus, 324, São Paulo; inf.: 0/xx/11/3044-1613)
Quanto: de R$ 50 a R$ 70


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