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MÚSICA
DJs Josh Wink e Mathew Jonson, entre outros, tocam na comemoração dos sete anos de existência do clube paulistano
Nova e velha dance fazem festa do Lov.e
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Clube dos mais ativos da cena
eletrônica de São Paulo, o Lov.e
realiza amanhã festa para comemorar sete anos de vida. Dois DJs
internacionais -um da velha,
outro da nova geração- foram
convocados para a noite.
Um dos nomes é o norte-americano Josh Wink, experiente DJ de
tecno que já flertou com o trance,
no país pela quarta vez. O outro é
Mathew Jonson, jovem produtor
canadense que se apresentou no
festival Sónar, na Espanha, na semana passada.
Local que já abrigou noites de
tecno, drum'n'bass, house,
breaks, electro, rock etc., o Lov.e
leva para a comemoração vários
de seus residentes, como Mau
Mau, Camilo Rocha, Murphy,
Paula.
A festa será num lugar maior, o
clube The Week, com duas pistas.
"Não há nada de inovador vindo do rock e do hip hop. São sempre as mesmas músicas com os
mesmos truques... É uma vergonha", diz Josh Winkelman, por telefone à Folha, ao ser questionado
se a eletrônica está perdendo espaço entre os jovens para outros
tipos de música. "Ainda há muita
gente criativa na eletrônica, fazendo coisas que não são feitas para o
rádio. Há mais inovação na eletrônica do que no rock ou no hip
hop. No rap, se você quiser fazer
sucesso, é só lançar um disco como Missy [Elliott] ou Puffy
[Daddy]; na eletrônica não tem
como seguir fórmulas."
Josh Wink é quase um ser estranho no mundo da dance music. É
vegetariano, abomina drogas, começou a ouvir música através do
punk e cultivava, até há pouco
tempo, um visual rastafári de fazer inveja a qualquer jamaicano.
A última vez que veio ao país foi
em 2004, no Skol Beats. "É legal
tocar em lugares grandes, e aquele
festival foi uma boa experiência,
mas prefiro locais mais intimistas.
Em festivais, o público espera música pesada, eufórica. Em lugares
menores não me sinto forçado a
tocar apenas esse tipo de música."
Autor de um álbum de estúdio
("Herehear", de 1998) e de alguns
clássicos da eletrônica, como "Higher State of Consciousness" e
"Don't Laugh", Wink produziu
algumas compilações mixadas
bem elogiadas, como os dois CDs
"Profound Sounds", lançados nos
EUA e na Europa. No momento,
ele diz, termina um remix para
um artista que não pode revelar.
"Depois vou trabalhar numa coletânea. Provavelmente será um
disco duplo: um mais downtempo e outro mais forte, para pista."
Wink afirma que não sabe como serão suas novas produções
-e nem o rumo que o tecno deve
tomar nos próximos anos. "Os artistas devemos pôr para fora aquilo que sentimos num momento,
como um pintor, um escritor. Há
gente que diz que a dance music
está morta, mas você vai a um clube, e ele está cheio, e as pessoas
que estão lá não estão mortas..."
A idéia de uma tal "morte" da
eletrônica é totalmente dissipada
ao se ouvir Mathew Jonson. O canadense, que se apresentará na
festa em live PA (tocará suas produções ao vivo), é um dos mais
cerebrais produtores do momento; suas músicas têm linhas bem
melódicas, variadas, com alternância de ritmos e freqüências.
É autor de canções como "Marionette" e "She Is He".
Lov.e 7 Anos
Com: DJs Josh Wink, Mathew Jonson,
Mau Mau, Julião, Camilo Rocha e outros
Quando: amanhã, a partir das 23h
Onde: The Week (r. Guaicurus, 324, São
Paulo; inf.: 0/xx/11/3044-1613)
Quanto: de R$ 50 a R$ 70
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