São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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Crítica

"O Pagador" relê princípios da Vera Cruz

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não espanta que o pessoal do cinema novo tenha tomado uma distância colossal em relação a "O Pagador de Promessas" (Canal Brasil, 15h15).
Embora produzido pela Cinedistri de Oswaldo Massaini, o filme de Anselmo Duarte representou uma espécie de triunfo do espírito da Vera Cruz ao ganhar a Palma de Ouro de 1962 em Cannes.
Mas era de uma Vera Cruz revista e ampliada que se tratava. Se a luz de Chick Fowle se opunha a tudo o que o cinema novo poderia pretender, assim como o emprego de maquinário pesado, a dramaturgia populista de Dias Gomes trazia ao primeiro plano o homem brasileiro "real", aquele que os cinemanovistas tanto desejavam registrar.
Havia confusão no ar e era preciso evitá-la. Vem daí o obcecado, injusto silêncio desses autores sobre a obra de Anselmo Duarte. Que é indiscutivelmente irregular, coisa de artesão e não de autor.
Mas "O Pagador de Promessas" tem um toque de coisa clássica, não acadêmica.


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