São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO
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O superpoder de Ricardo Almeida

O estilista preferido do presidente Lula abre neste ano uma faculdade de moda em SP

O poder sempre ronda o estilista Ricardo Almeida. Durante a campanha presidencial de 2002, foi ele o escolhido para repaginar a imagem do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva -cuja rejeição por parte das mulheres era enorme. "Trabalhamos para deixá-lo mais magro e mais alto", conta Ricardo, que fez duas dúzias de ternos para Lula. As eleitoras parecem ter apreciado o novo look.
Recentemente, antes de uma viagem ao Reino Unido, Lula recorreu outra vez ao estilista. Foram encomendados mais três ternos -e, aproveitando o reencontro, o Planalto enviou para Ricardo os 20 e tantos feitos na campanha para serem apertados. "O presidente está mais magro", diz o estilista.
O sucesso com Lula chegou até os marqueteiros de José Serra, que foi levado como prefeito de São Paulo ao desfile de Almeida na São Paulo Fashion Week, em janeiro. Serra, que não usa roupas do designer, ficou assombrado com o novo shape mostrado no desfile, de ternos justos e cinturados.
"Nos últimos cinco anos, houve uma reconstrução da roupa masculina. Os ternos ficaram mais secos, criando uma imagem mais longilínea. Todo mundo quer ficar mais alto e esbelto", diz Almeida [leia nesta pág. qual é o terno da hora]. Ele, porém, não abriu mão dos ternos mais convencionais em suas duas lojas, nos shoppings Iguatemi e Morumbi, onde os preços vão de R$ 2.000 a R$ 9.000, em média.
A fama de Ricardo Almeida também soprou nos ouvidos do presidente Evo Morales, da Bolívia, que resolveu contratar o estilista e criar um convênio para divulgar a roupa folclórica de seu país. Conversa vai, conversa vem, estourou o caso da nacionalização do gás -e Almeida desistiu dos bolivianos. "Disse a eles que o incidente era sério demais para o Brasil e que eu não poderia pensar em fazer algo no momento."
Mas não é apenas em Lula que os brasileiros podem mirar uma roupa de Ricardo Almeida. Toda noite os espectadores de "Belíssima" se deparam com um terno da grife vestido pelo ator Marcello Antony.
Fora a maldade, o personagem de Antony sintetiza a imagem que o estilista deseja irradiar: de poder, sucesso e muito charme masculino. "Ao vestir um bom terno, o homem passa uma imagem de poderoso -e é isso que fascina, porque as mulheres são seduzidas pelo poder", diz o estilista. Não é à toa que o seu rol de clientes inclui uma penca de grandes empresários e políticos.
Ricardo Almeida, 51, adora esportes. "Pratico todos os que posso. Só não faço basquete, por causa de minha altura", diz ele, que mede 1m68 e pesa 64 kg. Também coleciona carros e motos. É casado duas vezes e pai de cinco filhos. Sua filha mais velha, Renata, 25, está prestes a abrir uma grife de roupas femininas. A empreitada é um dos xodós atuais do estilista, com outra: a Faculdade de Moda Ricardo Almeida, que ele vai inaugurar neste ano em São Paulo e onde promete transmitir os segredos de sua poderosa alfaiataria.

Novo filme moderniza o uniforme do Super-Homem

O uniforme de Super-Homem é um dos ícones máximos da cultura pop e pouca gente se arrisca a modificá-lo. "Superman - O Retorno", que estréia no dia 14 de julho no Brasil, moderniza sutilmente o modelão do Homem de Aço, interpretado por Brandon Routh.
O diretor Bryan Singer e a designer Louise Mingenbach aumentaram o tamanho da capa vermelha e fizeram a insígnia com o "S" em alto relevo -e não mais pintada-, diminuindo seu tamanho e aproximando-a mais do pescoço. Além disso, acrescentaram um "S" no cinturão, que agora tende ao dourado. As cores primárias também foram abandonadas -os tons de vermelho, azul e amarelo são um pouco mais escuros do que no passado.
A Folha perguntou a Ricardo Almeida se ele mudaria alguma coisa no uniforme do herói. "Nem pensar! Seria como mudar a roupa da Mona Lisa", respondeu o estilista. "O azul significa o céu, seu poder de voar e sua relação com o espaço. O vermelho indica a força. As cores criam um equilíbrio forte, mas não agressivo. É a roupa de um super-homem, não de um executivo."

SELEÇÃO VUITTON
Foram necessários nada menos que sete tops e um astro do rap para substituir a presença poderosa de Gisele Bündchen nas campanhas da Louis Vuitton. Os anúncios da temporada outono/inverno da marca são estrelados por Kate Moss, Naomi Campbell, Daria Werbowy, Kristina Kruze, Missy Raider, Du Juan e pela brasileira Raquel Zimmerman. Completando o time, o rapper Pharell Williams, que posou no melhor estilo cafetão.

LEILÃO ILUMINADO
A coleção de 25 luminárias Dominici + Moda, que tem peças criadas por estilistas como Ronaldo Fraga, Rita Wainer e Adriana Barra, será leiloada na segunda-feira, às 19h, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. O lance inicial de cada peça é de R$ 1.500, e o dinheiro arrecadado será doado à Fundação Abrinq.


COM VIVIAN WHITEMAN

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