São Paulo, Quarta-feira, 23 de Junho de 1999
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"A imprensa britânica é doente", diz Kay

da enviada a Londres

"Bad boy" do meio musical britânico, especialmente por falar o que pensa e por sua aversão a jornalistas, Jason Kay, 29, virou celebridade. Seu nome atrai a mídia, sua vida supera sua música.
Em uma entrevista para alguns jornalistas brasileiros, no domingo passado, em Londres, Kay, no entanto, brincou, riu, foi gentil.
Afirma que adorou o Brasil, onde se apresentou em 97, e que o show de "Synkronized" será "muito melhor, assim como o novo disco".
Sobre a atual perseguição que os jornais ingleses têm feito a seu caso com a atriz Denise van Outen, afirma: "Tem de haver uma linha entre a privacidade e a persona pública. Se você permitir que invadam sua vida particular, não vai sobrar nada para você".
Segundo ele, a imprensa britânica "é estúpida e doente". Cita como exemplo de mau jornalismo a revista "Big Issue", para a qual concordou fazer uma reportagem de capa para ajudar pessoas carentes que ganham dinheiro distribuindo-a nas ruas de Londres.
"Puseram uma foto minha na capa com o título: "Ele fala da pobreza, mas vive numa mansão". Absurdo!", diz, tenso. "Revistas como a "Hello" me ligam oferecendo grana para dar entrevistas. Não estou interessado, não os quero na minha casa, fora!", emenda.
Também fala sobre a saída do baixista Stuart Zender do grupo. "É fácil a pessoa fazer carreira nas suas costas, mas é injusto arrebentar depois com quem te apoiou."
Agitado, explica que Zender sumiu no meio das gravações do discos e que não ia deixar que "se beneficiasse com nosso trabalho duro". Por isso regravou todo o disco após sua partida. E escreveu uma música sobre a mágoa, "King for a Day", de "Synkronized".
Liam Howlett, do Prodigy, iria remixar "Supersonic", do novo álbum, mas foi impedido pela gravadora. "Entendo isso. A empresa queria que ele se dedicasse a seu próprio disco. É a maior pressão nessa profissão. Elogiam teu trabalho, mas, se seu CD fracassa, você está ferrado." No caso do Jamiroquai, que vendeu 7 milhões de cópias do álbum "Travelling without Moving" (96), a pressão parece assustadora. (ES)


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