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DOCUMENTÁRIO
Milos Forman explica seu olhar estrangeiro
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Há uma premissa que desmerece análises à vida de artistas como
método de entendimento de suas
obras. Os fatos de uma determinada biografia não seriam, portanto, bons guias: a obra deve falar por si só.
No caso de diretores de cinema
como Milos Forman, fica difícil
não separar vida e obra. Há, em
vários de seus filmes, uma unidade temática ligada aos desafios e à
luta contra qualquer forma de repressão. Nascido na Tchecoslováquia, em 1932, ele é o tema do episódio de hoje da série "The Directors" (Eurochannel), que é produzida com a colaboração do
American Film Institute. Estão no
documentário declarações de atores como F. Murray Abraham,
Annette Bening, Woody Harrelson e Michael Douglas.
Forman é, antes de mais nada,
um sobrevivente. Perdeu os pais
em campos de concentração nazistas, e em 1968, com a intervenção soviética em Praga, foi aos Estados Unidos para estabelecer sua
carreira. A crítica aos regimes
opressores marcaria, por exemplo, "Um Estranho no Ninho"
(1975), seu primeiro grande sucesso nos EUA -recebeu cinco
Oscars-, na forma de um questionamento sobre o tratamento
psiquiátrico em manicômios. Tema que volta a aparecer nos mais
recentes e conhecidos "O Povo
contra Larry Flynt" (1996) e "O
Mundo de Andy" (1999). No primeiro, o anti-herói americano é a
vítima de um sistema ambíguo,
que condena a pornografia; no segundo, enfoca o comediante que
desafia o status quo dos anos 70. A
América vista sob a perspectiva
de um estrangeiro, enfim.
THE DIRECTORS: MILOS FORMAN.
Direção: Robert J. Emery. Quando: hoje
(21h), amanhã (11h), 29/7 (15h) e 30/7
(10h), no Eurochannel.
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