|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Depois de 30 anos, "pai" das listas chega ao Brasil
"O Livro das Listas" traz curiosidades em 15 categorias; edição tem itens locais
Com humor negro, o livro já vendeu mais de 8 milhões de cópias no mundo; listas de mortes e crimes insólitos são preferidas dos autores
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
O norte-americano David
Wallechinsky, 58, herdou do
seu pai, Irving Wallace, a paixão pelas curiosidades "aos pedaços". Pai e filho lançaram em
1975 o livro "The Peoples" Almanac", cujo capítulo de maior
sucesso era dedicado a listas.
No ano seguinte surgia, das
mãos de Wallechinsky e sua irmã, Amy Wallace, um famoso
"rebento": a primeira edição de
"O Livro da Listas".
Atualizado, o título ganhou
edição brasileira da Record,
com itens nacionais listados
por Priscila Arida. O livro promete "uma coletânea das informações mais curiosas do mundo". Promessa que atraiu, até
hoje, mais de 8 milhões de curiosos compradores pelo mundo. "Acho que as pessoas gostam tanto de listas porque o
mundo moderno é complicado
e a quantidade de informação
disponível é espantosa. O formato das listas torna esta montanha de informações mais
acessível", pondera Wallechinsky, em entrevista à Folha.
Afogando em listas
O próprio Wallechinsky ressalva que seu livro tornou o gênero popular, mas o fundador
teria sido Nathaniel Wanley,
que no distante ano de 1678
lançou o livro "Wonders of the
Little World" [maravilhas do
pequeno mundo], com tópicos
parecidos com os seus. Como
"sobre povos e nações castigados e afligidos por coisas pequenas e desprezíveis". Ou "sobre aqueles que foram extremamente irrefletidos, pródigos
ou devassos na juventude e que
posteriormente provaram ser
excelentes pessoas."
Dedicado à memória do pai
dos autores, "O Livro das Listas" traz seleções em 15 categorias: pessoas, artes, comida e
saúde, trabalho e dinheiro, sexo, amor e casamento, crime,
esportes e morte, entre outras.
As preferidas de Wallechinsky enumeram 24 mortes
estranhas (entre elas a de uma
tailandesa, eletrocutada quando demonstrava como a irmã
morrera tentando não cair na
lama, apoiando-se em um fio
elétrico), 29 processos incomuns (um deles na Pensilvânia,
nos EUA, contra satã, perdido
pois o acusado não residia na
cidade) e 19 ladrões idiotas (como um inglês que esqueceu de
tirar a rolha de plástico de sua
pistola de brinquedo num assalto a banco). Informações
que, diz Wallechinsky, ele não
acha facilmente na internet.
"Nestas categorias, o que se
encontra na rede em geral não é
verdade. As fontes da internet,
embora muitas vezes facilitem
o trabalho de compilação, não
são sempre confiáveis. Uma
boa fonte é o banco de dados
Lexis-Nexis [site americano,
pago, usado por jornalistas, advogados e pesquisadores, com 5
bilhões de documentos online]", conta o autor.
Wallechinsky e Amy Wallace
dividem o trabalho de pesquisa
de acordo com suas áreas de interesse: ele, por exemplo, adora
esportes; ela sempre teve uma
queda pelo mundo das celebridades. Ambos têm um interesse especial por, além de mortes
e crimes insólitos, as listas sobre condições médicas incomuns e comida.
Os irmãos possuem alguns
critérios básicos: é preciso haver ao menos três itens para
compor uma lista. Há espaço
para renovação, como o recente acréscimo de uma lista dos
objetos mais estranhos já leiloados no site E-Bay. E mais: as
curiosidades devem conter
uma boa dose de humor negro.
"Uma das mais curiosas é a
das pessoas e animais que foram empalhadas. Você não pode imaginar como são populares. Os leitores não param de
mandar adendos. Nós até encontramos um homem que garantia já ter jantado com o corpo embalsamado de Eva Perón", lista Amy Wallace.
O LIVRO DAS LISTAS
Autores: David Wallechinsky e Amy
Wallace
Tradução: Mirian Groeger e Sylvio
Gonçalves
Editora: Record
Quanto: R$ 59,90 (464 págs.)
Texto Anterior: Entrevista: Dupla é fã de Zé do Caixão e argentinos Próximo Texto: Listas, para quê? Índice
|