São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Peça revive experiência de não ator no teatro Oficina

"Terceiro Sinal" traz Bete Coelho como jornalista que atuou em peça de Zé Celso

Espetáculo, parceria entre o diretor Ricardo Bittencourt e a atriz, terá três apresentações no teatro Eva Herz


GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Já se passaram 30 anos de carreira, e ainda costuma visitar o sono de Bete Coelho um mesmo pesadelo: ela está no camarim, à beira de uma estreia, e não consegue finalizar a preparação de figurino e maquiagem para entrar em cena.
É um sonho que, segundo a atriz, estabelece relação direta com a peça que ela interpreta a partir de hoje no teatro Eva Herz, "O Terceiro Sinal", do jornalista e dramaturgo Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha. A montagem tem direção de Ricardo Bittencourt.
O texto traz o relato íntimo de um jornalista que viveu a experiência de interpretar um papel secundário em "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, em peça de José Celso Martinez Corrêa, no teatro Oficina, em 2000.
Originalmente com 40 páginas, o trabalho compõe os ensaios em primeira pessoa do livro "Queda Livre" (Companhia das Letras, 2003).
"Estava em frente a um espelho de camarim, piorando minha maquiagem a cada tentativa de consertá-la." Já neste princípio, o autor prepara o leitor/espectador para o tema, que Bete resume: "A composição de um personagem no palco é algo que fica entre verdade e mentira".
Em diversos trechos, impressões da realidade se emolduram à aflição que acometeu o autor antes de sua estreia. Isso leva Bittencourt a fazer associação até mais direta com a atmosfera de um produto do subconsciente. "Entrar em cena é realmente algo parecido com um sonho", diz.
"Com o passar do tempo, a experiência torna tudo isso mais fácil, mas esse sentimento permanece sempre o mesmo", atesta Bete. Ela sobe ao palco vestida de terno e gravata, para evocar a figura masculina do autor e também do personagem vivido por ele durante a experiência: o repórter Caveirinha.
Com "O Terceiro Sinal", Bete e Bittencourt fundam a companhia BR 116. No ano passado, trabalharam juntos na montagem de "O Homem da Tarja Preta", peça de Contardo Calligaris. Ela como diretora, ele no palco.
O próximo projeto, ainda em fase de pré-produção, é a encenação de "Cartas de Amor para Stalin", do espanhol Juan Mayorga.


O TERCEIRO SINAL

ONDE Teatro Eva Herz (av. Paulista, 2.073, tel. 0/xx/11/ 3170-4059)
QUANDO hoje e amanhã, às 21h; dom., às 19h; até 25/7
QUANTO R$ 40
CLASSIFICAÇÃO 12 anos




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