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Peça revive experiência de não ator no teatro Oficina
"Terceiro Sinal" traz Bete Coelho como jornalista que atuou em peça de Zé Celso
Espetáculo, parceria entre o diretor Ricardo Bittencourt e a atriz, terá três apresentações no teatro Eva Herz
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Já se passaram 30 anos de
carreira, e ainda costuma visitar o sono de Bete Coelho
um mesmo pesadelo: ela está
no camarim, à beira de uma
estreia, e não consegue finalizar a preparação de figurino
e maquiagem para entrar
em cena.
É um sonho que, segundo
a atriz, estabelece relação direta com a peça que ela interpreta a partir de hoje no teatro Eva Herz, "O Terceiro Sinal", do jornalista e dramaturgo Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha. A
montagem tem direção de Ricardo Bittencourt.
O texto traz o relato íntimo
de um jornalista que viveu a
experiência de interpretar
um papel secundário em
"Boca de Ouro", de Nelson
Rodrigues, em peça de José
Celso Martinez Corrêa, no
teatro Oficina, em 2000.
Originalmente com 40 páginas, o trabalho compõe os
ensaios em primeira pessoa
do livro "Queda Livre" (Companhia das Letras, 2003).
"Estava em frente a um espelho de camarim, piorando
minha maquiagem a cada
tentativa de consertá-la." Já
neste princípio, o autor prepara o leitor/espectador para
o tema, que Bete resume: "A
composição de um personagem no palco é algo que fica
entre verdade e mentira".
Em diversos trechos, impressões da realidade se
emolduram à aflição que
acometeu o autor antes de
sua estreia. Isso leva Bittencourt a fazer associação até
mais direta com a atmosfera
de um produto do subconsciente. "Entrar em cena é
realmente algo parecido com
um sonho", diz.
"Com o passar do tempo, a
experiência torna tudo isso
mais fácil, mas esse sentimento permanece sempre o
mesmo", atesta Bete. Ela sobe ao palco vestida de terno e
gravata, para evocar a figura
masculina do autor e também do personagem vivido
por ele durante a experiência: o repórter Caveirinha.
Com "O Terceiro Sinal",
Bete e Bittencourt fundam a
companhia BR 116. No ano
passado, trabalharam juntos
na montagem de "O Homem
da Tarja Preta", peça de Contardo Calligaris. Ela como diretora, ele no palco.
O próximo projeto, ainda
em fase de pré-produção, é a
encenação de "Cartas de
Amor para Stalin", do espanhol Juan Mayorga.
O TERCEIRO SINAL
ONDE Teatro Eva Herz
(av. Paulista, 2.073,
tel. 0/xx/11/ 3170-4059)
QUANDO hoje e amanhã, às 21h;
dom., às 19h; até 25/7
QUANTO R$ 40
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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