São Paulo, sábado, 23 de julho de 2011

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Acervos digitais ampliam acesso sem objeto-fetiche

DE SÃO PAULO

No mês passado, a Biblioteca Britânica (bl.uk), instituição guardiã de boa parte das obras mais raras da história da humanidade, em Londres, anunciou uma parceria com o Google para a digitalização de cerca de 40 milhões de páginas de livros, panfletos e periódicos que datam do período da Revolução Francesa (1789).
A Biblioteca Digital Europeia (europeana.eu), que pretendia digitalizar 10 milhões de objetos até o ano passado, já ultrapassou a cifra e disponibiliza o livro em que Isaac Newton (1643-1727) escreveu suas leis fundamentais da física, os cadernos de desenho de Leonardo Da Vinci (1452-1519) ou ainda objetos relacionados à construção do Muro de Berlim. Também está em curso a digitalização do acervo da Universidade Yale (EUA).
Até recentemente, apenas pesquisadores de ponta teriam acesso a essas obras -e poderiam vivenciar a magia de ter em mãos o objeto venerado de seus estudos.
Hoje, eles estão todos migrando para a internet, o que pode até destruir o fetiche do objeto, mas democratiza o acesso a essas relíquias em nível global.
Dois cliques ou um par de downloads e o computador de casa se torna a nova biblioteca, poupando tempo e dinheiro para encontros presenciais com documentos, livros ou imagens raras.
Mas há quem veja um lado ruim na febre da digitalização. Tristram Hunt, historiador britânico, reclamou no jornal "The Observer" que isso vai "baratear" os estudos.
"Quando tudo pode ser baixado, o mistério da história pode se perder", escreveu. "Só com o documento real em mãos é que seu significado real se torna aparente."
Para todo o resto, daqui por diante, haverá o Google.


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