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Restaurantes-galeria levam "shock art" à mesa
SYLVIA COLOMBO
de Londres
O jantar será preparado por um
chef europeu de renome mas o
melhor do cardápio vai estar mesmo nas paredes do restaurante.
O badalado projeto "Sensation", do curador britânico Charles Saatchi, que revelou há dois
anos trabalhos dos artistas jovens
britânicos Damien Hirst, Jake and
Dinos Chapman, Gary Hume e
outros, acaba de lançar os olhos
para o terreno da gastronomia.
Na última semana, Saatchi lançou o projeto de abrir na Europa e
Estados Unidos várias filiais de
uma cadeia de "restaurantes-galeria", como ele mesmo denomina, que terá sede em Londres.
As primeiras casas serão abertas
em Berlim e Nova York e funcionarão como espaço para obras de
artistas relacionados ao projeto e
outras da coleção do curador.
A exposição "Sensation" abriu
em Londres em 1997 e trouxe a
público o que ficou conhecido
também como "shock art". Nela,
figuravam trabalhos classificados
como "chocantes" pela crítica, como o de Damien Hirst, utilizando
pedaços de animais, ou de Matt
Collishaw ("Bullet Hole"), em que
era retratada uma cabeça com um
buraco de bala, ou ainda Marcus
Harvey, exibindo uma criança assassinada numa foto policial alterada por seu pincel.
A onda dos "restaurantes-galeria" não é nova. O próprio Damien Hirst foi proprietário de um
restaurante, o Quo Vadis, no Soho (centro de Londres), cujo chef
era Marco Pierre White (o mesmo
que atua na casa do do ator Michael Caine). O restaurante de
Hirst, porém, acabou não dando
certo. White garantiu, à época,
que as cabeças de animais e instrumentos cirúrgicos que integravam a obra de Hirst eram o principal motivo da fuga da freguesia.
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