São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Crítica

Em "Terra de Ninguém", show bélico não pára

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A guerra, convém não esquecer, é um show contemporâneo. O que seria da CNN sem ela? E a Al Jazira: é um produto (no sentido comercial da palavra) da guerra no Oriente Médio destinado ao mercado muçulmano.
A situação de "Terra de Ninguém" (Hallmark, 18h) não é tão original assim, Billy Wilder já a havia explorado em "A Montanha dos Sete Abutres". Mas Denis Tanovic não deixa de ter méritos ao atualizá-la, levando-a para a mais recente guerra européia.
A terra de ninguém a que se refere o título é uma extensão de terra entre a Bósnia e a Sérvia. Lá, um soldado fica preso sobre uma mina. Como retirá-lo? E, sobretudo, quem poderá retirá-lo? A ONU é a única que pode fazê-lo, neste território sem estatuto.
O drama do soldado será acompanhado por equipes de TV, e logo saberemos que, em toda essa história, o destino de um homem (ou de muitos) talvez não seja o mais importante. O importante é que o show não pode parar.


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