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Crítica
Em "Terra de Ninguém", show bélico não pára
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A guerra, convém não esquecer, é um show contemporâneo. O que seria da CNN sem
ela? E a Al Jazira: é um produto
(no sentido comercial da palavra) da guerra no Oriente Médio destinado ao mercado muçulmano.
A situação de "Terra de Ninguém" (Hallmark, 18h)
não é tão original assim, Billy
Wilder já a havia explorado em
"A Montanha dos Sete Abutres". Mas Denis Tanovic não
deixa de ter méritos ao atualizá-la, levando-a para a mais recente guerra européia.
A terra de ninguém a que se
refere o título é uma extensão
de terra entre a Bósnia e a Sérvia. Lá, um soldado fica preso
sobre uma mina. Como retirá-lo? E, sobretudo, quem poderá
retirá-lo? A ONU é a única que
pode fazê-lo, neste território
sem estatuto.
O drama do soldado será
acompanhado por equipes de
TV, e logo saberemos que, em
toda essa história, o destino de
um homem (ou de muitos) talvez não seja o mais importante.
O importante é que o show não
pode parar.
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