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TELEVISÃO
Crítica
"Assim Estava Escrito" revela lado cruel do cinema
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Pode-se definir "Assim Estava Escrito" (TCM, 22h; 12
anos), para resumir, como o
mais realista dos filmes sobre
cinema. Ninguém se surpreenderá, portanto, que seja também o mais cruel. Tudo começa
quando um produtor a perigo
tenta reunir seu velho grupo:
um diretor célebre, uma atriz
famosa. Será que alguém dará
força ao traste?
Porque é um traste esse Kirk
Douglas do filme de Vincente
Minnelli. É o que saberemos
logo depois, no "flashback".
Quando ainda candidato a produtor, Kirk trai o amigo, candidato a diretor, e faz o que pode
e o que não pode para a jovem
atriz, Lana Turner, se apaixonar por ele e ajudá-lo a subir.
E o que poderia compensar
tamanhos desvios de caráter?
A percepção de que o negócio
dos sonhos, o cinema, tem um
aspecto bem concreto, bem
feio. É dessa feiura que se cria,
de certo modo, o maravilhoso.
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