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Coleção Folha viaja ao Egito Antigo
Volume que chega às bancas domingo que vem visita Museu Egípcio do Cairo
Relíquias de faraós, como a tumba em ouro maciço de Tutankhamon, compõem o acervo de mais de 80 mil peças da instituição africana
Cris Bouroncle - 21.out.07/France Presse
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Visitante observa objeto arqueológico, no Museu Egípcio, no Cairo
DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo domingo, a Coleção Folha Grandes Museus
do Mundo leva você a um passeio pelo esplendor da antiga
civilização do Egito. O Museu
Egípcio do Cairo é o tema do
volume 4 da coleção.
Embora relíquias do país
africano estejam expostas nos
quatro cantos do planeta, o museu localizado na capital do
Egito contém a maior coleção
de antiguidades egípcias do
mundo. Um acervo que se enriqueceu decisivamente em
1922, com a descoberta da tumba do faraó Tutankhamon, que
trouxe à luz uma suntuosa reunião de objetos simbólicos de
poder, como o sarcófago interno em ouro maciço, o esplêndido trono e o elaborado colete
que compunha o traje de gala
do jovem soberano.
Quando o general francês e
futuro imperador Napoleão
Bonaparte desembarcou no
Egito, em 1798, tentando romper a ligação do Império Britânico com o Oriente, levou consigo não apenas soldados, mas
um numeroso grupo de estudiosos, com cerca de 150 literatos, artistas e cientistas.
Se a expedição armada terminou em derrota, em Abukir,
em 1801, a incursão artística
trouxe resultados muito mais
frutíferos. Sob a direção do Institut de France, esses intelectuais estudaram e documentaram a civilização egípcia em todos os seus aspectos, trazendo
ao Ocidente tesouros como a
pedra de Rosetta -que foi
transferida para o Museu Britânico depois da derrota militar
dos franceses diante dos ingleses, convertendo-se na chave
que permitiu a decifração dos
antigos hieróglifos egípcios.
Ao fascínio do Ocidente pela
recém-descoberta Antiguidade
do Egito seguiu-se a pilhagem
sistemática de suas riquezas.
Tentando controlar a evasão do
seu passado arquitetônico, o vice-rei do país emitiu, em 1835,
uma portaria que proibia a exportação descontrolada de relíquias e instituiu, em um edifício dentro dos jardins de Ezbekeya, no Cairo, um local para
reunir, conservar e expor os
achados arqueológicos.
A instituição sofreu uma série de vicissitudes e mudanças
de sede, mas acabou dando origem ao imenso acervo que hoje
maravilha visitantes de todo o
planeta. O volume da Coleção
Folha enfrentou a difícil tarefa
de destacar 56 obras entre as
mais de 40 mil expostas no museu -cuja reserva técnica abriga ainda 80 mil peças.
Estão ali representados sarcófagos, máscaras funerárias,
tesouros e estátuas de faraós
como Ramsés 2º, Amenófis 4º e
Psusennes 1º, indicando pistas
para a interpretação da ordem
cultural, política e religiosa
desta civilização.
Os enxovais funerários, repletos de objetos ligados ao
morto, como joias e móveis ricamente ornados, mostram a
complexa relação simbólica estabelecida entre a vida e a morte, entendida pelos egípcios como uma espécie de continuidade no além-túmulo. Daí a razão,
portanto, do luxo e esplendor
das tumbas dos faraós.
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