São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Coleção Folha viaja ao Egito Antigo

Volume que chega às bancas domingo que vem visita Museu Egípcio do Cairo

Relíquias de faraós, como a tumba em ouro maciço de Tutankhamon, compõem o acervo de mais de 80 mil peças da instituição africana


Cris Bouroncle - 21.out.07/France Presse
Visitante observa objeto arqueológico, no Museu Egípcio, no Cairo

DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo domingo, a Coleção Folha Grandes Museus do Mundo leva você a um passeio pelo esplendor da antiga civilização do Egito. O Museu Egípcio do Cairo é o tema do volume 4 da coleção.
Embora relíquias do país africano estejam expostas nos quatro cantos do planeta, o museu localizado na capital do Egito contém a maior coleção de antiguidades egípcias do mundo. Um acervo que se enriqueceu decisivamente em 1922, com a descoberta da tumba do faraó Tutankhamon, que trouxe à luz uma suntuosa reunião de objetos simbólicos de poder, como o sarcófago interno em ouro maciço, o esplêndido trono e o elaborado colete que compunha o traje de gala do jovem soberano.
Quando o general francês e futuro imperador Napoleão Bonaparte desembarcou no Egito, em 1798, tentando romper a ligação do Império Britânico com o Oriente, levou consigo não apenas soldados, mas um numeroso grupo de estudiosos, com cerca de 150 literatos, artistas e cientistas.
Se a expedição armada terminou em derrota, em Abukir, em 1801, a incursão artística trouxe resultados muito mais frutíferos. Sob a direção do Institut de France, esses intelectuais estudaram e documentaram a civilização egípcia em todos os seus aspectos, trazendo ao Ocidente tesouros como a pedra de Rosetta -que foi transferida para o Museu Britânico depois da derrota militar dos franceses diante dos ingleses, convertendo-se na chave que permitiu a decifração dos antigos hieróglifos egípcios.
Ao fascínio do Ocidente pela recém-descoberta Antiguidade do Egito seguiu-se a pilhagem sistemática de suas riquezas. Tentando controlar a evasão do seu passado arquitetônico, o vice-rei do país emitiu, em 1835, uma portaria que proibia a exportação descontrolada de relíquias e instituiu, em um edifício dentro dos jardins de Ezbekeya, no Cairo, um local para reunir, conservar e expor os achados arqueológicos.
A instituição sofreu uma série de vicissitudes e mudanças de sede, mas acabou dando origem ao imenso acervo que hoje maravilha visitantes de todo o planeta. O volume da Coleção Folha enfrentou a difícil tarefa de destacar 56 obras entre as mais de 40 mil expostas no museu -cuja reserva técnica abriga ainda 80 mil peças.
Estão ali representados sarcófagos, máscaras funerárias, tesouros e estátuas de faraós como Ramsés 2º, Amenófis 4º e Psusennes 1º, indicando pistas para a interpretação da ordem cultural, política e religiosa desta civilização.
Os enxovais funerários, repletos de objetos ligados ao morto, como joias e móveis ricamente ornados, mostram a complexa relação simbólica estabelecida entre a vida e a morte, entendida pelos egípcios como uma espécie de continuidade no além-túmulo. Daí a razão, portanto, do luxo e esplendor das tumbas dos faraós.


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