Filme é único representante nacional no "Doc TV Latinoamérica"

CLARICE CARDOSO
DE SÃO PAULO

"Você virou, o mar veio e destruiu seu castelinho. Desse dia em diante eu falei: "Deixa rolar". Eu entrego a vida a Deus e vim aqui pra me divertir." Sucinta, é como Laura, 57 anos declarados, resume a vida no documentário que leva seu nome.
O filme é o único brasileiro na segunda edição do "Doc TV Latinoamérica", projeto que exibe filmes de 14 países na TV Brasil e na Cultura (nesta, vai ao ar em 9/10).
Mas é antes a relação dela com o diretor, Fellipe Barbosa, o centro do documentário. Estão ali momentos bons, em que dançam juntos, e ruins ("Fellipe, ou você é retardado, ou se faz de retardado." Ou: "Esse filme não tem propósito, sair com você e essa câmera só me traz problemas".)
Figura misteriosa, Laura não revela a profissão nem como ganha dinheiro. A brasileira frequenta a alta sociedade nova-iorquina, vai a grandes festas e a pré-estreias hollywoodianas, mas vive num hotel barato onde divide o banheiro.
"O filme é uma relação de amizade, de carinho. Vai além de um personagem sendo retratado", resume a produtora Fernanda De Capua, da Vermelho Filmes.