São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006

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EXPOSIÇÃO

Sesc Piracicaba recebe oitava edição da Bienal Naïfs do Brasil

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A oitava edição da Bienal Naïfs do Brasil, com curadoria de Ana Mae Barbora, titular aposentada da faculdade de Artes Plásticas da USP, marca uma espécie de contaminação da arte popular na arte contemporânea, e vice-versa. A mostra, dividida em dois núcleos, um competitivo, outro com seleção que mapeia a produção popular, faz incursões no erudito e ocupa a unidade do Sesc de Piracicaba até 31 de janeiro.
A exposição acaba diagnosticando, nesta interface, as mudanças provocadas pela expansão da educação artística país afora. "A produção popular está em ebulição, porque está havendo uma democratização do ensino da arte. Nos currículos que recebemos, muita gente aponta oficinas ou alguma espécie de contato com artistas eruditos ou com educadores", analisa Ana Mae.
A presença de motivos urbanos entre os quadros da mostra competitiva, que teve cerca de 800 inscritos, dos quais foram selecionados 115, aponta a passagem do naïf para a estruturação de linguagens que não são bem naïf, "que podem ser definidas mais como arte popular", como explica a curadora. É o que se vê, por exemplo, em "A Reprodução da Dengue", pintura de Alex Benedito dos Santos, de Jaboticabal.

Eruditos
A seção com convidados é ainda mais ampla e inclui artistas considerados "eruditos". De Ariano Suassuna, a exposição traz, em uma tapeçaria de 1976, a figura de uma Onça Caetana da lenda sobre a índia que se transformava no animal. A obra divide espaço com a pintura dessa mesma figura, só que na versão de Daniel Macedo, do Rio Grande do Norte, e com a figura de uma onça em sala de estar, pintada em madeira por Pedro Inácio da Silva.
Outros exemplos difundem a interface entre os gêneros, como uma armadura com tiras de metal, de Christina Machado, de Recife, e as pinturas oníricas de Chico da Silva, do Ceará. A exposição ainda traz uma obra da dupla de São Paulo Osgemeos, que adotam temas relacionados à cultura urbana. A dupla participa com o desenho de uma espécie de Madona que desenharam e que foi bordada pela mãe deles em tecido. (GF)

BIENAL NAÏFS DO BRASIL 2006
Quando:
de ter. a sex., das 14h às 21h; sáb., dom. e feriados, das 10h às 17h
Onde: Sesc Piracicaba (r. Ipiranga, 155, centro, Piracicaba, tels. 0800-7700445 e 0/xx/ 19/3434-4022)
Quanto: entrada franca


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