|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Também Somos Irmãos" expõe racismo no Brasil
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É normal que o cinema, arte
tão malvista (e malquista), investisse no antirracismo já em
1949, com "Também Somos
Irmãos" (Canal Brasil, 16h40,
livre), de José Carlos Burle. É
verdade que a trama talvez seja
rocambolesca demais, com a
história de um grupo de filhos
adotados -dois deles negros.
Dos dois, um será um homem de bem, advogado. O outro, Grande Otelo, parte para a
marginalidade. Os desdobramentos são quase impossíveis
de resumir, mas dizem respeito
à tremenda dificuldade de convivência entre brancos e negros
no Rio de Janeiro.
Não é fácil ao cinema afastar-se das convenções de época,
mesmo para o inteligente Burle. Aliás, no Brasil daquele momento, reproduzi-las já era
proeza. De resto, o filme ainda
mostra uma cultura que, como
sabemos, sempre apregoou de
modo quase patológico a inexistência de racismo no país.
Texto Anterior: O melhor do dia Próximo Texto: José Simão Índice
|