São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Crítica

"Também Somos Irmãos" expõe racismo no Brasil

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É normal que o cinema, arte tão malvista (e malquista), investisse no antirracismo já em 1949, com "Também Somos Irmãos" (Canal Brasil, 16h40, livre), de José Carlos Burle. É verdade que a trama talvez seja rocambolesca demais, com a história de um grupo de filhos adotados -dois deles negros.
Dos dois, um será um homem de bem, advogado. O outro, Grande Otelo, parte para a marginalidade. Os desdobramentos são quase impossíveis de resumir, mas dizem respeito à tremenda dificuldade de convivência entre brancos e negros no Rio de Janeiro.
Não é fácil ao cinema afastar-se das convenções de época, mesmo para o inteligente Burle. Aliás, no Brasil daquele momento, reproduzi-las já era proeza. De resto, o filme ainda mostra uma cultura que, como sabemos, sempre apregoou de modo quase patológico a inexistência de racismo no país.


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