São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Leticia Moreira/Folha Imagem
A dupla Zezé Di Camargo e Luciano faz uma pausa durante a gravação da música 'Meu PrimeiroAmor' para o filme 'Lula, o Filho do Brasil', em São Paulo

CINEMA

Zezé e Luciano na trilha eleitoral

Convidados para gravar a música "Meu Primeiro Amor" para a trilha sonora do longa "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, Zezé Di Camargo e Luciano receberam a coluna no estúdio Mosh na sexta-feira. Luciano começou a conversa contando que usa sobrancelha postiça e peruca para visitar "disfarçado" eventos como a Bienal do Livro. Mas depois cedeu: "Ih, entrevista para jornal, sobre filme do Lula... Isso vai acabar em política".

 

FOLHA - Como foi o convite para participar do filme?
ZEZÉ DI CAMARGO -
O produtor musical ligou pra mim para fazer o convite e deixou um recado, com um tom, assim, de intimação. Eu disse ""pois não, manda quem pode, obedece quem tem juízo".

FOLHA - Discutiram a proposta?
ZEZÉ -
Eu aceitei na hora. Porque não tem meia boca cuidando desse filme. É um time completo, pessoas gabaritadas. E um filme do Lula, falando do Lula, que eu particularmente adoro, tenho amizade pessoal por ele.

FOLHA - E o Luciano?
ZEZÉ DI CAMARGO -
Aí eu repeti a mesma frase: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
LUCIANO - Quando eu fiquei sabendo que iam fazer a biografia do Lula, eu tinha certeza que a gente ia ser lembrado. Se não lembrassem, eu ia dizer: "Cutuca o homem lá, que você tem amizade com ele, fala lá que a gente tá fora da trilha".

FOLHA - O Zezé é o amigo do Lula.
LUCIANO -
Ele tem uma amizade mais próxima, né?
ZEZÉ - Acho que amigo do Lula hoje todo mundo tá querendo ser. Na era pré-sal, é só "Ô, amigo Lula!"

FOLHA - Você já manifestou opiniões contra o presidente...
LUCIANO -
O homem Lula sempre teve e sempre vai ter o respeito do Luciano. Agora, algumas atitudes do homem Lula e do governo têm um lado negativo pra mim.

FOLHA - Estão curiosos para assistir ao filme?
ZEZÉ -
Muito curioso. É a história de um brasileiro.
LUCIANO - E de uma fase do Brasil que eu não vivi, mas que todos nós sabemos, o auge do militarismo, as manifestações. Vai ter imagens do Lula de barba preta, né?
ZEZÉ - Quando ele aparecia na televisão [na década de 80], assustava todo mundo. Até eu tinha medo dele. Quando eu via as manifestações, dizia: "Meu Deus, que que esse homem quer?" A gente tinha aquela ideia de que aquilo, nossa, simbolizava anarquia. Aquilo me assustava muito.

FOLHA - Participariam de outra campanha?
ZEZÉ -
Não como artista, que não pode mais. Mas como cidadão, sim.
LUCIANO - A maior prova de que esse país é livre é que, numa dupla sertaneja, um torce pro São Paulo, o outro pro Corinthians. Às vezes, ele tá feliz com o governo, quase sempre, e eu quase nunca. [risos]

FOLHA - Gostam de algum dos possíveis candidatos a presidente?
ZEZÉ -
Além do José Serra, agora tem a Dilma Rossetti, Rousseff, que a gente não sabe... Ela não expressou ainda, né, em termos de discurso, o que que ela imagina. Se vai ser um seguimento do governo Lula... Se for, ótimo. Mas acho também que o José Serra não é um mau partido, é um bom partido. Eu acho que um bom quadro aí seria o Aécio Neves...
LUCIANO - Ufffff... [Luciano se levanta rápido do sofá, como que fugindo de Zezé]. Eu e o Zezé nunca vamos dar certo.
ZEZÉ - Eu gostaria muito de ver [candidatos] o Aécio Neves, Dilma Rossetti...
LUCIANO - Rousseff.
ZEZÉ - E aquela menina que foi agora pro Partido Verde... a Marina, e Ciro Gomes. Seria uma briga boa esses quatro aí.

FOLHA - Qual é o seu preferido?
ZEZÉ -
Até agora, se o Aécio pintar...
LUCIANO - Eu vou ser Dilma até morrer!
ZEZÉ - A briga vai ser boa.
LUCIANO - Eu não tenho preferido.

FOLHA - Ninguém te encanta?
ZEZÉ -
"A mi me encantan todos."
LUCIANO - O Zezé fala que ele é sempre governo. Quem muda são eles. [risos]

Pista exportada

Numa ação coordenada com o Itamaraty, a Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, estuda investimentos e participação em terminais no exterior -em especial, em países da América Latina e da África, onde o Brasil tem interesse estratégico. Já foram enviadas missões para o Caribe e para nações africanas.

PISTA 2
"Estamos analisando com calma, mas queremos estar nisso [em negócios no exterior]", diz Murilo Marques, presidente da Infraero, que discute a participação da empresa no exterior com Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty.

PISTA 3
Além de negócios na América Latina e na África, há conversas iniciais também com países europeus, como a República Tcheca, que estuda a privatização do aeroporto de Praga.

VERDES FORA
O PV e o vereador Gabriel Chalita (PSDB-SP) desmarcaram a conversa que ele teria ontem com a senadora Marina Silva (PV-AC), por avaliarem que as negociações do tucano com o PSB estão mais avançadas. Na segunda, ele almoçou com o presidente estadual do PSDB, Mendes Thame, e, à noite, falou por uma hora com a deputada Luiza Erundina, uma das estrelas do PSB paulista. Chalita deve conversar hoje novamente com o governador Eduardo Campos (PE), presidente da legenda socialista.

BRIGA DE BULA
A indústria farmacêutica está tentando renegociar com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o prazo de implantação das bulas simplificadas, que deverão ter, entre outras modificações, aumento do tamanho das letras e do espaço entre linhas. O órgão deu seis meses para as alterações, mas as empresas pedem dois anos. Outro ponto de discórdia é a criação -e a obrigatoriedade do envio ou leitura para o consumidor- de uma versão em braile das bulas. A Interfarma, que representa a indústria, diz que defenderá que a implantação seja escalonada.

PITTY PACMAN
A cantora Pitty vai ganhar na semana que vem um game para celular com jogos inspirados em músicas de seu novo CD, "Chiaroscuro". O jogo "Desconstruindo Amélia" tem a própria Pitty como personagem e "Rato na Roda" é a "saga" de um fã tentando confundir os seguranças para dar um "mosh" no palco.

ESPERANÇA NOS PALCOS
Filha de Nelson Motta e Marília Pêra, Esperança Motta volta ao palco no dia 6, no Espaço dos Satyros, na comédia "Alguém pra Chamar de Seu", da amiga Suzana Pires (a Ivonette de "Caras & Bocas"). A última peça de Esperança foi "Amigo Oculto", dirigida pela mãe.

ELE E ELA
O teólogo e escritor Leonardo Boff, em entrevista para a revista "Democracia Viva", do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), diz como define as diferenças entre o atual ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT-RJ), e sua antecessora, Marina Silva (PV-AC): "[Minc] mantém uma concepção capitalista da Terra, a vê como um meio de produção" enquanto, para Marina, "a Terra é a mãe, é a fonte da vida". Boff, que neste ano assessorou a presidência da Assembleia Geral da ONU para assuntos de ecologia, diz que, no governo Lula, a questão ecológica é tratada de forma "pontual".

CARRETO
Jennifer Lopez e o marido, Marc Anthony, estão se mudando para uma nova casa em Miami. A mansão, no condomínio de luxo Icon Brickell, tem decoração assinada pelo designer francês Philippe Starck.

CURTO-CIRCUITO
A GALERIA Romero Britto inaugura hoje exposição do artista plástico americano Jay Milder. Às 19h, nos Jardins.
JOGADORES DE FUTEBOL lançarão hoje, no Pacaembu, réplicas das camisas das Copas de 58, 62 e 70. A renda das vendas será repassada à Associação dos Campeões Mundiais.
SERÁ HOJE o 1º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, que premia empresas com os melhores projetos sustentáveis.
ACONTECE HOJE , às 20h30, jantar harmonizado com vinhos de Israel e coordenado por Ricardo Bohn Gonçalves, no restaurante Arábia Café, em Higienópolis. Preço: R$ 165.
O RESTAURANTE Sushi Kin faz festa de dois anos na rua Amauri. Hoje, às 20h, com som de Maurício Tuzzolo. 18 anos.
A GRIFE DE SAPATOS Melissa lança hoje coleção inspirada na boneca Barbie. A partir das 19h, na rua Oscar Freire.
A NOVA COLEÇÃO da grife Folie des Sacs será lançada hoje, a partir das 18h, na rua Melo Alves, nos Jardins.


com ADRIANA KÜCHLER, DIÓGENES CAMPANHA e FLÁVIA MARTIN


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