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CRÍTICA DRAMA
"A Bela Junie" alterna realismo e fantasia com desenvoltura
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Estranho destino, o de "A
Princesa de Clèves": ninguém mais lê o livro (ou esse
é apenas um fenômeno brasileiro?), mas rendeu duas belas adaptações recentes.
"A Carta", de Manoel de
Oliveira, é o meu preferido.
Mas "A Bela Junie" (TC Cult,
1h40, 14 anos) não passa vergonha. Tem a sabedoria de
alternar um tanto de realismo e outro de fantasia, de
modo a fazer um sentimento
do século 18 (o amor impossível de uma mulher comprometida) se deixar afetar pelo
século 21 com desenvoltura.
Talvez isso se deva aos personagens, em particular Léa
Seydoux, Junie, e Louis Garrell, o professor Nemours.
Hoje não pesa nenhum interdito ao fato de trocar de
namorado ou de se apaixonar pelo professor. Mas é a
beleza do cinema, capaz de
criar e envelhecer os critérios
de verossimilhança.
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