São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2000

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DEBATE
Empresários e artistas do bloco abordarão, em SP, propostas para a formação de política comum para o setor
Mercosul discute maneiras de colocar cultura na bagagem

DENISE MOTA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

A bagagem do Mercosul está mais pesada. Frangos, calçados e automóveis ganharam a companhia de livros, filmes e obras de arte na lista de itens que querem cruzar com mais frequência e facilidade as fronteiras entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Entre 8 e 10 de novembro, a integração do bloco econômico -que foi iniciado em 95 e tem ainda Chile e Bolívia como membros associados- terá sua viabilidade debatida sob o aspecto da cultura no 2º Fórum Internacional de Integração Cultural Arte sem Fronteiras, no Itaú Cultural.
O evento reunirá, sob o tema "Mercosul Além da Globalização: Perspectivas Reais de Integração", profissionais dispostos a delinear alternativas e problemas para a criação de uma política comum para as artes no Cone Sul.
O objetivo é "colocar na discussão os responsáveis pelo desenvolvimento econômico, social e cultural do país", segundo Monica Allende Serra, presidente da ASF - Arte sem Fronteiras, associação que organiza os debates.
"O fórum tem esse pensamento intersetorial, de encontro com as áreas artística, governamental e empresarial. Queremos apontar sentidos em conjunto, definir metas comuns, embora cada um desses setores tenha objetivos próprios", afirma.
Assim, foram convidados para os debates artistas, empresários, críticos e representantes de organizações civis e estatais, vindos de todos os países do bloco.
Abordarão a integração cultural no Mercosul, por exemplo, o bibliófilo José Mindlin, o maestro Júlio Medaglia, os artistas plásticos Ivald Granato e Antônio Peticov e a bailarina Márika Gidali, assim como o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, e Roberto Teixeira da Costa, presidente do Ceal - Conselho de Empresários da América Latina.
Os debates e reuniões de trabalho, que abordarão temas como estratégias culturais ou o papel da televisão num processo de integração regional, não são abertos ao público. Mas as conferências podem ser assistidas gratuitamente.

Site
Em sua segunda edição, o fórum se apóia na constatação, adquirida no primeiro encontro, em 98, de que "a integração não anda porque não se conhece quem está ao lado", de acordo com Monica.
A fim de sondar a vizinhança, a ASF iniciou no ano passado um levantamento de fundações, instituições, festivais e ministérios relacionados à cultura no Mercosul.
A pesquisa resultou num cadastro de 1.200 entidades, que estarão relacionadas em site (www.artesemfronteiras.com.br) previsto para funcionar experimentalmente a partir de novembro.
O site ainda pretende possibilitar o comércio de obras, com a criação de páginas em que haja telefones de contato e demonstrações de trabalhos de artistas.


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