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DEBATE
Empresários e artistas do bloco abordarão, em SP, propostas para a formação de política comum para o setor
Mercosul discute maneiras de colocar cultura na bagagem
DENISE MOTA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
A bagagem do Mercosul está
mais pesada. Frangos, calçados e
automóveis ganharam a companhia de livros, filmes e obras de
arte na lista de itens que querem
cruzar com mais frequência e facilidade as fronteiras entre Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai.
Entre 8 e 10 de novembro, a integração do bloco econômico
-que foi iniciado em 95 e tem
ainda Chile e Bolívia como membros associados- terá sua viabilidade debatida sob o aspecto da
cultura no 2º Fórum Internacional de Integração Cultural Arte
sem Fronteiras, no Itaú Cultural.
O evento reunirá, sob o tema
"Mercosul Além da Globalização:
Perspectivas Reais de Integração", profissionais dispostos a delinear alternativas e problemas
para a criação de uma política comum para as artes no Cone Sul.
O objetivo é "colocar na discussão os responsáveis pelo desenvolvimento econômico, social e
cultural do país", segundo Monica Allende Serra, presidente da
ASF - Arte sem Fronteiras, associação que organiza os debates.
"O fórum tem esse pensamento
intersetorial, de encontro com as
áreas artística, governamental e
empresarial. Queremos apontar
sentidos em conjunto, definir metas comuns, embora cada um desses setores tenha objetivos próprios", afirma.
Assim, foram convidados para
os debates artistas, empresários,
críticos e representantes de organizações civis e estatais, vindos de
todos os países do bloco.
Abordarão a integração cultural
no Mercosul, por exemplo, o bibliófilo José Mindlin, o maestro
Júlio Medaglia, os artistas plásticos Ivald Granato e Antônio Peticov e a bailarina Márika Gidali,
assim como o presidente da Fiesp,
Horácio Lafer Piva, e Roberto Teixeira da Costa, presidente do Ceal
- Conselho de Empresários da
América Latina.
Os debates e reuniões de trabalho, que abordarão temas como
estratégias culturais ou o papel da
televisão num processo de integração regional, não são abertos
ao público. Mas as conferências podem ser assistidas gratuitamente.
Site
Em sua segunda edição, o fórum se apóia na constatação, adquirida no primeiro encontro, em
98, de que "a integração não anda
porque não se conhece quem está
ao lado", de acordo com Monica.
A fim de sondar a vizinhança, a
ASF iniciou no ano passado um
levantamento de fundações, instituições, festivais e ministérios relacionados à cultura no Mercosul.
A pesquisa resultou num cadastro de 1.200 entidades, que estarão
relacionadas em site (www.artesemfronteiras.com.br) previsto
para funcionar experimentalmente a partir de novembro.
O site ainda pretende possibilitar o comércio de obras, com a
criação de páginas em que haja telefones de contato e demonstrações de trabalhos de artistas.
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