São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Heróis da resistência

Criador de "Heroes" diz que prepara "enxugamento" no elenco e promete que respostas virão mais rápido na 2ª temporada, que estréia no Brasil em janeiro

Divulgação
Hiro (Masi Oka) em viagem no tempo no 2º ano de "Heroes"


LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um personagem consegue voar, outro faz viagens espaço-temporais ao bel-prazer e um terceiro é dotado de uma força descomunal. Sem falar naquele cujas feridas se regeneram em segundos. Mas vamos aos fatos: nenhuma das criaturas de "Heroes" possui a faculdade de interferir nos humores de Tim Kring, o criador da série sobre pessoas comuns que descobrem ter superpoderes.
Azar deles, já que Kring aparentemente planeja para um futuro próximo uma redução do elenco, segundo sugeriu em entrevista coletiva por telefone da qual a Folha participou, na última terça-feira.
Respondendo às críticas de que a "superpopulação" está prejudicando o desenvolvimento da trama -pelo menos seis novos personagens foram apresentados desde o início da segunda temporada nos EUA, em setembro-, Kring não deixou dúvidas quanto às suas intenções. "Em um programa como esse, é preciso saber introduzir e eliminar personagens. Então, o público pode esperar que alguns saiam em breve."
Apesar de uma leve queda de audiência em relação à primeira safra, "Heroes" permanece na lista dos 20 programas mais assistidos da TV norte-americana, com média de quase 14 milhões de espectadores por episódio (cinco foram ao ar até agora).
No Brasil, o Universal Channel atualmente reprisa o primeiro ano da série, que foi a mais vista da TV paga (somando o público de todas as exibições de um capítulo, ou seja, estréia e reprises) entre março e agosto. O canal anuncia para 11 de janeiro o começo da segunda temporada.
Na TV aberta, a fornada inicial (no ar desde 23 de setembro) tem garantido à Record a vice-liderança de audiência nas noites de domingo. A média, até anteontem, era de 12 pontos -cada ponto equivale a 54,5 mil domicílios na Grande São Paulo. O segundo ano também é da emissora, mas não há data prevista para a estréia.

Respostas
À sugestão de que a história está ficando demasiadamente intrincada, com novas frentes abertas a cada semana (ecos de "Lost"?), Kring é enfático. "Não somos um programa que tenta manter as respostas longe do público. Mas sentimos que algumas são tão preciosas que não podemos revelá-las."
Para mostrar que passa longe da "tortura psicológica" a que os roteiristas de "Lost" submetem seus fãs (com superávit de indagações e déficit de esclarecimentos), ele apresenta seu planejamento para a segunda temporada. "Haverá vários volumes. O primeiro, "Generation" [geração], irá do primeiro ao 11º episódio. Todas as perguntas levantadas nesse intervalo serão respondidas. Acho que as pessoas dizem que querem respostas, mas, na verdade, curtem a idéia de acompanhar o mistério."
A divisão da temporada em blocos é também uma reação ao coro dos descontentes ouvido ao fim da primeira safra -o episódio-clímax, "How to Stop an Exploding Man" (como deter um homem explosivo), mostrou o encontro dos personagens em Nova York. "Fizemos um volume único, "Genesis" [gênese]. Na reta final, havia muitas histórias para amarrar, o que elevou demais as expectativas -às quais ficou difícil corresponder", avalia Kring.

Novas caras
O segundo ano de "Heroes" começa quatro meses após o embate entre os protagonistas e Silas (o vilão da série). A cheerleader Claire e sua família fugiram do Texas para a Califórnia, o nerd Hiro foi parar no Japão medieval e o policial Matt trocou Los Angeles por Nova York, deixando para trás a mulher, grávida.
Nesse cenário, surgem novatos como Monica (prima do menino-prodígio Micah), os irmãos dominicanos Maya e Alejandro e o espadachim Takezo Kensei (com traços e fleuma britânicos, apesar do nome oriental). Seus poderes variam da fabricação de um vírus letal à capacidade de mimetizar gestos alheios (como golpes desferidos por lutadores em um programa de TV, por exemplo).
Quem também entra para o time é a bela Elle, interpretada por Kristen Bell (que protagonizou "Veronica Mars"). A atriz, que participou da entrevista por telefone ao lado de Kring, traça um perfil pouco glamouroso da personagem. "Ela é um pouco perturbada, o que faz com que seja manipuladora e não tenha limites."
E entrega parte do "estrago" que Elle vai causar. "Ela tem muitas informações sobre o passado de Peter Petrelli e está ligada a Claire e ao pai adotivo dela, além de ter laços com [o professor de genética] Suresh."
Kring vai além na descrição: "Ela está ligada à Companhia [que deseja controlar o grupo que possui superpoderes], foi criada ali. Mostra o que teria acontecido aos outros personagens se tivessem possuído suas habilidades especiais desde o início de suas vidas".


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