São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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Pinacoteca fecha andar para reforma e reduz obras expostas

Configuração será inaugurada em 2011, quando mostra passará de 800 para 500 trabalhos

Acervo era considerado excessivo, dizem curadores; projeto, pago pelo governo estadual, custará R$ 1,5 milhão
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

"O Porco" (1966), de Nelson Leirner, e "O Bicho" (1961), de Lygia Clark, são duas das 800 obras hoje dispostas no segundo andar da Pinacoteca do Estado que serão desalojadas, a partir do dia 14/11, para uma reconfiguração do espaço.
A nova diagramação será inaugurada em abril do próximo ano.
"A mostra atual, organizada há 12 anos por Emanoel Araujo, após a reforma de Paulo Mendes da Rocha, é muito boa, especialmente levando-se em conta que ele contava com uma equipe muito reduzida. Mas, após várias consultas e pesquisas, vimos que é necessário alterá-la", diz Marcelo Araújo, diretor da Pinacoteca.
Das atuais 800 obras, a mostra permanente passará a contar com cerca de 500, enquanto a abrangência das obras na mostra também será reduzida: hoje vai do período colonial até a produção dos anos 1960 e, na nova configuração, irá apenas até os anos 1920.
Nesse novo rearranjo entra para o piso parte da coleção Brasiliana, recebida pela Fundação Educar.
"Segundo as pesquisas que fizemos, a disposição das obras era excessiva e o público não conseguia dar conta de tudo", conta Araújo, que, há quatro anos, com toda a equipe da Pinacoteca, contando seus sete curadores, se debruça sobre essa questão.
"Esse é um projeto institucional importante. Primeiro porque é a exposição de longa duração que dá a personalidade do museu, depois porque reuniu todas as áreas da instituição, do educativo às equipes de restauro", conta.
Segundo a nova configuração, obras importantes do acervo que estão hoje no segundo andar e não se encaixam mais no perfil da nova mostra permanente, como "O Porco" e "O Bicho", devem ir, provisoriamente, para o primeiro andar.
Em dois anos, segundo "previsões otimistas", como define Araújo, o espaço expositivo do Liceu de Artes e Ofícios, que recebe a Paralela, irá sediar as mostras temporárias da Pinacoteca.
Com isso, a Estação Pinacoteca ganha todo o quarto andar, hoje dedicado a esse tipo de exposição, e também irá acolher uma mostra de caráter permanente, com o acervo a partir dos anos 1920.
A médio prazo, ainda, seria inaugurado o novo prédio da Pinacoteca, onde hoje fica o colégio Prudente de Morais, com dedicação exclusiva à arte contemporânea.
O custo para a adequação do novo projeto no segundo andar é de R$ 1,5 milhão, totalmente custeados pelo governo do Estado.
Entre as melhorias, estão o aprimoramento do piso e do ar-condicionado, um novo mobiliário e nova programação. Até abril, destaques do segundo andar serão expostos em parte do primeiro.


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