São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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50 anos após morte, estrela vende de vinho a skate

AUSTIN CONSIDINE
DO "NEW YORK TIMES"

Desde sua morte, em 1962, Marilyn Monroe, que Norman Mailer descreveu como "o doce anjo do sexo" do homem americano, nunca se afastou muito do imaginário popular ou da loja de suvenires.
Mas, com o 50º aniversário de sua morte se aproximando, a imagem dela passa por uma espécie de momento cultural, mesmo pelos padrões dos ícones atemporais.
De repente, Marilyn está por toda parte. Para começar, há a capa da "Vogue" de outubro. Na realidade, quem está nela é Michelle Williams, que protagoniza uma cinebiografia, "My Week with Marilyn", e que posou como sósia de Marilyn na série de fotos feita para a revista por Annie Leibovitz. Há também "Marilyn: Intimate Exposures", livro de Susan Bernard com fotos inéditas feitas por seu pai, Bruno (famoso pela foto de Marilyn com a saia ao vento).
Em fevereiro, estreia "Smash", série da NBC sobre um musical fictício da Broadway cujo tema é Marilyn.
Sua onipresença é em parte proposital. Em dezembro, o Authentic Brands Group, sediado em Nova York, comprou os direitos sobre a imagem e o espólio de Marilyn.
Em meados deste ano, o grupo consolidou esses direitos com vários portfólios fotográficos, entre eles o de Bruno Bernard, junto com os direitos sobre produtos como uma linha Marilyn Monroe de vinhos, lingerie e produtos de uma empresa de skate.
"Não há 52 Marilyns, há só uma", diz o executivo-chefe da companhia, Jamie Salter, explicando sua meta de refinar a imagem da atriz.
Com essa prerrogativa, a empresa teve liberdade para licenciar novos produtos com o tema Marilyn Monroe. Começando com uma campanha da Christian Dior em que Charlize Theron topa com Marilyn num camarim, lançada no intervalo do Emmy.
Outros projetos em produção ou estudos, disse Salter, incluem uma linha Dolce & Gabbana, uma linha ampliada de roupas Marilyn Monroe da Gerard Darel, além de calçados, bolsas e cosméticos; dois seriados de TV, e, possivelmente, papéis de cinema representados por uma Marilyn digitalmente recriada.
Mas será que, com essa presença ampla, existe o risco de que diminuam o valor e a atração de Marilyn?
Michael Levine, dono de uma empresa de relações públicas que já representou Michael Jackson, David Bowie e Cameron Diaz, acha "ótima ideia" apostar na ampliação.
"O mundo de hoje exige que uma marca esteja hiperpresente para que possa se destacar no meio da névoa de informações", disse. "'Longe dos olhos, longe do coração' é um ditado que nunca se aplicou tanto quanto hoje."

Tradução de CLARA ALLAIN


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