São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Clássico de Visconti é destaque da Coleção Folha

"Rocco e Seus Irmãos", do cineasta italiano, sai no próximo domingo

Produção conta a história de triângulo amoroso entre irmãos e prostituta na Itália do pós-Guerra

DE SÃO PAULO

"Rocco e Seus Irmãos" é o filme escolhido pela Coleção Folha Cine Europeu para tratar de Luchino Visconti (1906-1976), um dos mais importantes cineastas italianos.
O DVD, que contém a cópia restaurada do longa, com melhores som e imagem, chega às bancas no dia 30. Um livro rico em imagens e textos traz mais dados sobre o diretor.
Rodado em 1960, "Rocco e seus Irmãos" fala sobre os Parondi, uma família pobre que migra da pequena Basilicata à cosmopolita Milão a fim de tentar uma vida melhor.
O filme foca em dois dos cinco irmãos: Rocco (Alain Delon) e Simone (Renato Salvatori). O começo é promissor, mas não dura muito.
Rocco conhece e namora a prostituta Nadia (Annie Girardot), mas logo Simone também se apaixona por ela.
A ruína familiar virá com a disputa entre os dois irmãos. Esse drama serve para Visconti comentar sobre a nova realidade à qual a família (e a Itália do pós-Guerra) estaria submetida.
Os valores tradicionais seculares dos Parondi perdem o sentido em Milão, onde a célula familiar não é nada diante da fama, do dinheiro e do consumismo que os novos tempos professam.
Ainda que menos estoico e mais afinado com a estética, Visconti mantinha sua formação neorrealista, sobretudo, ao comentar a relação de choque entre o homem e a realidade na qual ele se insere.
Isso está, por exemplo, no longa seguinte, estrelado por Burt Lancaster, "O Leopardo" (1963), que comenta o fim dos nobres Salina diante do aburguesamento trazido pelas erupções sociais de 1860.
São filmes que primam pela atenção aos espaços. Requinte, sim, mas sem firulas, pois Visconti sempre filmou o necessário, nunca além.
Como outros grandes colegas de ofício, o cineasta tinha uma visão de mundo bem aguda e clara sobre o que era o mundo em suas belezas e desgraças.


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