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MÚSICA/LANÇAMENTOS
"THE SAGA CONTINUES"
Após processo judicial, cantor evita vida de celebridade
"P. Diddy" quer voltar a
falar somente de música
TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
O encontro com o rapper/produtor/estilista P. Diddy, ex-Puff
Daddy e Sean John Combs de batismo, começa com um aviso.
"Pergunte o que quiser", diz, dando a mão (um aperto nada firme,
por sinal, sabe quando a pessoa
deixa a mão morta e espera que a
outra faça toda a força?) e perguntando de onde vinha a repórter
("Brasil? Não conheço nada sobre
o seu país, só o que vejo no canal
E!", declarou).
"Só não responderei perguntas
sobre "a celebridade" esta tarde",
acrescentou. Ele próprio se apresenta para a entrevista parecendo
quase nada com uma celebridade,
exatas 48 horas depois de ter recebido o prêmio de celebridade
mais bem vestida do ano pela
VH1 Fashion Awards.
Vestia calça de agasalho azul
marinho, com elástico na cintura
e no tornozelo, camiseta gigantesca branca, chinelo estilo Rider e
meia branca, boné do Corpo de
Bombeiros de Nova York e um
anel com um imenso diamante no
dedinho esquerdo. O volume da
camiseta larga em cima da calça
de agasalho também solta fazia o
produtor parecer gordinho.
Ele também é bem menos alto
do que se pensa (no máximo 1,70
m). Parece um garoto, bem mais
novo do que os 32 anos que acaba
de completar (dia 4 de novembro). Dava a impressão de ser o filho do dono do estúdio na Times
Square, onde recebeu a Folha.
Mas ele quer falar de música.
Quer falar sobre P. Diddy, seu nome artístico mais recente, que só
deve ser usado para a área musical. É o nome com que ele assina
seu último CD, "P. Diddy and the
Bad Boy Family, The Saga Continues". Atende por Sean John
quando o assunto é sua grife, que
tem o mesmo nome.
E Sean "Puffy" Combs quando
trabalha como ator (estreou no cinema este ano, no papel do traficante Ruiz, no filme "Made", com
John Favreau e Vince Vaughn).
Os amigos o chamam de Puff.
"Minha mãe me chama como
quiser. Ela pode até assobiar que
eu atendo", brinca ele, que sempre que pode agradece à mãe por
tê-lo criado sozinha. O pai, um
traficante de drogas, morreu assassinado no Central Park quando o cantor tinha cinco anos.
A celebridade é Puff Daddy, seu
codinome mais popular, usado
nos últimos meses pelos tablóides
que cobriram o processo judicial
por porte ilegal de arma, tentativa
de homicídio e suborno, do qual
foi inocentado. Assim como o fim
de seu namoro com a atriz/cantora Jennifer Lopez, que escolheu o
último 14 de fevereiro, o Dia dos
Namorados nos EUA, para terminar a relação de três anos e meio.
"No último ano e meio, o nível
de celebridade ficou tão alto que
muitas pessoas se esqueceram do
que é o fundamento do meu trabalho: a música. Sou antes de tudo
um performer."
Mas também estilista ("Sou o
John Galliano ou o Tom Ford da
grife Sean John"), produtor (está
remixando músicas de Michael
Jackson e de Janet Jackson e prepara o lançamento de um disco de
música gospel chamado "Thank
You", que reverterá fundos para
as vítimas dos ataques de 11 de setembro) e ás do marketing. Tudo
isso forma o império Bad Boy Entertainment, que faturou US$ 300
milhões no ano passado.
"A idéia de que eu passo as tardes de casaco de pele, cheio de
diamantes, bebendo champanhe
rodeado de modelos e estrelas do
cinema em festas é errada. Passo
os dias no estúdio, controlando
meus negócios. Tenho seis reuniões por dia, sou o primeiro que
chega e o último que vai embora."
"The Saga Continues" chegou
ao segundo lugar na lista dos cem
mais vendidos da revista "Billboard" e permaneceu durante 14
semanas na parada. O primeiro
clipe, da música "Bad Boy for Life", tem participações especiais
do ator Ben Stiller, do pugilista
Mike Tyson e do rapper Ice T.
THE SAGA CONTINUES. De: P. Diddy
and the Bad Boy Family. Gravadora:
BMG. Quanto: R$ 27 (em média).
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