DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda não foi desta vez. Desde o disco "Kiss me, Kiss me, Kiss me", de 87, o Cure, lendário grupo pop inglês, diz que vai acabar e que o vocalista Robert Smith vai partir em carreira solo.
O maluco é que, mesmo após shows e discos anunciados como derradeiros, a banda segue vida como se nunca tivesse tido intenção de se dissolver.
Melhor para os fãs. Agora, o Cure coloca no mercado o CD "Greatest Hits", coletânea que cobre o trabalho da banda desde os primórdios, em meados dos anos 70, e traz uma faixa inédita. É "Cut Here", que você encontra na internet, em endereços como o KaZaa (www.kazaa.com).
"Cut Here" é o primeiro single do Cure em quatro anos. A música foi composta em 2001, mas poderia bem estar no disco "Disintegration", de 89. É um rock chorão, bem ao estilo das canções de amor feitas por Robert Smith. É melódica, tem guitarra repetitiva, com riff pegajoso, teclados sobrepostos e vocais tristonhos.
Até a sétima faixa, o disco não é novidade para quem tem o clássico "Staring at the Sea", também coletânea, lançada em 86. O álbum que tem o velhinho na capa também tem os hinos "Boys Don't Cry", "The Lovecats" e "Close to me".
E "Greatest Hits" avança na discografia do Cure. Traz músicas dos discos "Kiss me..." e "Disintegration". No Brasil, ainda não há previsão de lançamento.
Enquanto isso, a pequena Music Tape coloca no mercado o disco "The Cure Live", gravado ao vivo.
São 15 faixas com qualidade de som perto da de um disco pirata. Mas a variedade das faixas é bem mais interessante do que se ouve em "Greatest Hits".
Não ligue para a capa horrorosa, que tenta imitar o Cure da época de "The Head on the Door" (86). O que interessa aqui são as versões, ainda que de qualidade sonora tosca, de "10h15 Saturday Night", "Three Imaginay Boys" ou "Fire in Cairo".
(CLAUDIA ASSEF)