São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2001

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CINEMA/ESTRÉIA

Chega ao país o fenômeno "Harry Potter": maior bilheteria de estréia da história

Truque milionário

GABRIELA ROMEU
DA REDAÇÃO

Chegou ao fim a contagem regressiva para a estréia de "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Trouxas (para os desavisados: pessoas sem poderes mágicos) ansiosos já podem ver o aprendiz de feiticeiro a partir de hoje em 474 salas de cinemas brasileiros (283 cópias legendadas e 191 dubladas). É o recorde de estréia em número de salas no Brasil neste ano.
No fim de semana passado -estréia do longa nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Canadá-, "Harry Potter" abocanhou uma bilheteria de US$ 93,5 milhões. A produção de US$ 125 milhões foi a maior bilheteria de estréia de todos os tempos ("Jurassic Park 2", em 97, atingiu a cifra de US$ 72,1 milhões).
No Brasil, a rede UCI vendeu 9.000 ingressos antecipadamente. O número é irrelevante se comparado às 120 mil entradas vendidas pela UCI inglesa semanas antes da estréia do filme na Inglaterra. "Mas aqui isso não é comum. Parece que, pela primeira vez, as pessoas estão se programando para ir ao cinema no Brasil", diz José Carlos Oliveira, diretor-executivo da UCI Brasil.
Os números mágicos de "Harry Potter" não param por aí: a adaptação do primeiro livro da série best-seller (com mais de 100 milhões de cópias vendidas em 47 países) será exibida em 8.000 salas no mundo. O longa será traduzido para mais de 40 idiomas.
O filme de 152 minutos traz a história do menino-mago já contada inúmeras vezes: ainda bebê, Harry Potter (interpretado pelo londrino Daniel Radcliffe, 12) é deixado na porta da casa dos Dursley, na rua Alfeneiros, nº 4. Em seu 11º aniversário, o garoto que tem uma cicatriz em forma de raio na testa recebe uma carta-convite para ingressar na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.
A partir daí, o feiticeiro começa a desvendar sua verdadeira história: é famoso no mundo das varinhas mágicas e vassouras voadoras por ter sobrevivido às garras de um bruxo das trevas (Voldemort, nome que não deve ser pronunciado). Em Hogwarts, Harry vive aventuras com seus amigos: o divertido Rony Weasley (Rupert Grint) e a sabe-tudo Hermione Granger (Emma Watson).
O diretor norte-americano Chris Columbus, que tem no currículo filmes como "Esqueceram de Mim" e "Uma Babá Quase Perfeita", diz que poucas sequências filmadas ficaram fora do filme. "Acredito que algo em torno de dez minutos foi cortado. Isso deve ir para o DVD", diz Columbus, que passou quatro meses discutindo os detalhes do roteiro com a autora escocesa J.K. Rowling.
Segundo o ator britânico Robbie Coltrane, Columbus passava horas e horas explicando às crianças como deveriam ser feitas as cenas. "É mais lento fazer filmes com crianças, porque você não pode trabalhar muitas horas seguidas e nunca dá para fazer uma sequência de uma vez só", explica o ator.
O garoto Radcliffe conta que adorou fazer a cena em que conversa com uma cobra brasileira no zôo. Harry, um dos poucos bruxos que falam a língua das serpentes, ajuda o animal a fugir do cativeiro. "Adoraria ter uma capa da invisibilidade para ver a reação das pessoas ao assistirem ao filme", fala o jovem ator.
Questionado sobre as inevitáveis comparações entre o livro de Rowling e a adaptação para as telonas, Columbus tem uma resposta afiada: "Não estamos tentando fazer nada melhor do que o livro. Digo para as pessoas lerem o livro". E acrescenta: "Fizemos o filme para toda a família".
Enquanto os fãs listam os trechos do livro que ficaram de fora da adaptação, o elenco filma a sequência. "Harry Potter e a Câmara Secreta" deve contar com outro britânico de peso: Kenneth Branagh no papel do canastrão Gilderoy Lockhart, professor de defesa contra as artes das trevas.


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