FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografia, vídeo, instalação, pintura. Em sua primeira mostra individual, o artista plástico Ricardo Carioba experimenta várias linguagens. Será ansiedade de recém-formado? "Eu busco trabalhar em várias mídias, há infinitas possibilidades, tento expressar-me de todas as formas viáveis."
Carioba nem tinha saído da universidade, a Faap, e já participava de várias mostras. Entre elas, foi selecionado por Tadeu Chiarelli para o Panorama da Arte Brasileira, de 1999, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Para a nova exposição, que é aberta hoje na Casa Triângulo, Carioba reduz seu universo que antes era energizado por cores fortes e transforma-o em preto-e-branco. "Acho que a cor traz muita informação, quis simplificar as obras ao máximo", afirma.
Não é só na redução da palheta de cores que se concentra seu processo de minimalização. Suas primeiras fotografias eram registros de fontes luminosas, como lâmpadas ou imagens de computador. Agora, suas fotos continuam sendo realizadas a partir dessas fontes, mas o resultado é puramente abstrato, com uma longínqua memória de sua origem.
É o caso de duas das imensas fotos expostas. Foram captadas da tela do computador, quando era realizado um processo de análise dos arquivos do computador. A fotografia ganha texturas inusitadas e um ambiente difuso. "Quero que o olho se disperse, tento desfocar as coisas no espaço."
Nessa série do artista, as imagens perdem sua tridimensionalidade, e a perspectiva é totalmente descartada. Nesse caso, a ausência da perspectiva é também um dado biográfico: "Meu trabalho é empírico, e não tenho como planejá-lo; assim, creio que a falta de perspectiva é importante", diz.
Em busca de formas perfeitas, Carioba pinta quadrados negros sobre fundos brancos e arredonda suas pontas. "Tento chegar a uma forma mínima", explica.