ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apostando numa mistura que, em princípio, pode parecer batida, o grupo gaúcho Delicatessen emplacou seu primeiro disco, "Jazz + Bossa Nova", na Europa e no Japão -isso, sem ter saído de Porto Alegre até o início deste mês.
A banda, que faz seu primeiro show em São Paulo hoje, no Bourbon Street, começou com uma idéia despretensiosa.
O plano, diz o violonista do grupo Carlos Badia, 42, nasceu do desejo do produtor Beto Callage de gravar um CD com um repertório de jazz vocal não muito conhecido, "aproximando-o da bossa nova". "Escolhemos os lados B de cantores dos anos 1920 aos 50", diz ele. "Queríamos mostrá-los em uma interpretação mais contida, cool, sem arroubos vocais ou vibratos."
Para isso, ele e Callage convidaram Ana Krüger, intérprete de jingles e cantora em bandas cover, que surpreendeu por seu vocal delicado. No repertório, além de músicas de Duke Ellington, Ray Noble e dos irmãos Gershwin, eles incluíram também duas composições próprias.
Daí para os shows e a formação definitiva da banda, conta o violonista, foi um passo. "Foi muito pelo encantamento que a música causou em todo mundo que ouvia e tocava", acredita Badia.