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Crítica
Filmes mostram diferentes visões da alma feminina
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Às vezes, as mulheres sofrem. Hoje, duas vezes. Na primeira, com "Os Cafajestes"
(Canal Brasil, 12h40) somos remetidos ao começo dos anos
60, quando existiam mulheres
"para casar" e as outras.
Norma Bengell estava entre
essas outras no filme de Ruy
Guerra, o que permitia aos cafajestes do filme maltratar com
requintes de sadismo -mais
especificamente no que rendeu
uma das seqüências mais célebres do cinema brasileiro,
quando ela é deixada nua na
praia.
Quando chegou a vez de
"Thelma e Louise" (AXN,
22h), em 1991, a vida podia ser
dura, ainda, mas ao menos as
duas amigas, quando saem pelo
mundo, sabem o que não querem, aquilo a que não podem
transigir.
A mentalidade mudara o
bastante para que, pelo menos,
o conflito fosse estabelecido. O
feminismo dava para elas defesas a tal ponto, que não é difícil
notar o quanto o final do filme
é demagógico.
Faz parte do jogo.
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