São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Buñuel encontra o barroco em "O Alucinado"

CRÍTICO DA FOLHA

Um homem descobre-se loucamente apaixonado por uma mulher. Ela lhe corresponde inteiramente. Têm tudo para ser felizes. Eis aí o início nada alucinante de "O Alucinado" (TCM, 22h; 12 anos), rodado em 1953.
Mas as coisas mudam. Logo esse homem começa a desenvolver fantasias sobre a própria mulher.
Seus ciúmes são disparatados, a princípio, pois se trata de um filme mexicano. Depois, desmedidos, porque se trata de um filme de Luis Buñuel. E por fim dementes, tanto que Jacques Lacan, o psicanalista, era apaixonado por ele.
A fase mexicana de Buñuel é tanto mais apaixonante porque ali ele precisava submeter-se, ao menos em parte, às normas industriais.
O barroquismo mexicano se encontrava bem com o mestre espanhol, de modo que, da interpretação de Arturo de Córdova à cenografia sinistra, tudo se encontra para fazer um filme absoluto. Inclusive o fantástico ar de "laissez faire" com que Buñuel afirmava o desprezo pela arte. (INÁCIO ARAUJO)

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