São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sting fecha apresentação com dueto com Raoni

Após 20 anos de encontro histórico, cantor chama "amigo" ao palco da Chácara do Jockey, que reuniu 14 mil pessoas para ouvir sucessos do The Police

Repertório contou com "Message in a Bottle" e "Every Breath You Take'; público sofreu com rescaldo do temporal de sábado

FERNANDA MENA
MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Vinte anos após o encontro que marcou o início de sua militância ambiental no Brasil, o cantor britânico Sting levou o cacique caiapó Raoni ao palco do show que fez ontem, na Chácara do Jockey, em São Paulo, dentro da programação do festival Natura Nós About Us.
Foi em 1989, a partir do 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA), que Sting fundou a Rainforest Foundation, ONG que defende os povos indígenas e a preservação das florestas.
Ontem, durante "Fragile", a última canção do show, Sting chamou seu "muito amigo" Raoni ao palco para um dueto improvável. O cacique fez um discurso em língua caiapó do qual só se compreendeu o nome "Sting". Depois, os dois se uniram em um vocalise tribal.
O ex-The Police intercalou hits de sua antiga banda com sucessos da carreira solo. "If I Lose My Faith in You", "Message in a Bottle", "Englishman in New York", "Set Them Free", "Roxanne", "King of Pain" e "Every Breath You Take" estavam no repertório.
O show, que reuniu 14 mil pessoas no final da noite, aconteceu sobre a lama deixada pelo temporal que desabou durante o show da banda The Killers na noite anterior.
A produção conseguiu drenar a água de trechos do terreno, mas boa parte da pista ficou dominada por piscinões.
Antes de Sting, subiu ao palco o norte-americano Jason Mraz, que arrancou gritinhos da ala feminina da plateia cada vez que rebolava ou deixava parte do abdômen à mostra.
"Lucky", um dos hits de Mraz, foi entoado com a cantora Sandy. "I'm Yours", música que foi parte da trilha sonora da novela "A Favorita", marcou o início da breve chuva.

Brasileiros
"A lama é uma das condições humanas", gritou Carlinhos Brown durante seu show -o terceiro da maratona, que começou pontualmente às 15h com a apresentação do AfroReggae, vista por menos de mil pessoas. Na sequência, Arnaldo Antunes apresentou as canções de "Iê Iê Iê", seu mais recente CD. Após oito músicas, teve o som de seu microfone cortado pela produção para evitar atrasos na programação.
Brown fez o show mais animado da tarde, enfileirando sucessos dele e dos Tribalistas. Desceu do palco e fez parte do show no meio da plateia, atolando os sapatos no barro.
O cantor também quebrou o protocolo VIP e atravessou a chamada "pista premium" -localizada em frente ao palco, com ingressos a R$ 500- para cantar junto ao público da pista comum, cujos ingressos custavam R$ 120.
Lenine, o último dos brasileiros do festival, fez um show interativo. Dezenas de microfones foram distribuídos para que o público -que incluía a atriz Maria Luiza Mendonça e Brown- cantasse junto.


Texto Anterior: Teatro: "Galileu Galilei", de Brecht, tem leitura no Sesc
Próximo Texto: Em meio a chuva e lama, The Killers faz show em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.