|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sting fecha apresentação com dueto com Raoni
Após 20 anos de encontro histórico, cantor chama "amigo" ao palco da Chácara do Jockey, que reuniu 14 mil pessoas para ouvir sucessos do The Police
Repertório contou com "Message in a Bottle" e "Every Breath You Take'; público sofreu com rescaldo do temporal de sábado
FERNANDA MENA
MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Vinte anos após o encontro
que marcou o início de sua militância ambiental no Brasil, o
cantor britânico Sting levou o
cacique caiapó Raoni ao palco
do show que fez ontem, na Chácara do Jockey, em São Paulo,
dentro da programação do festival Natura Nós About Us.
Foi em 1989, a partir do 1º
Encontro dos Povos Indígenas
do Xingu, em Altamira (PA),
que Sting fundou a Rainforest
Foundation, ONG que defende
os povos indígenas e a preservação das florestas.
Ontem, durante "Fragile", a
última canção do show, Sting
chamou seu "muito amigo"
Raoni ao palco para um dueto
improvável. O cacique fez um
discurso em língua caiapó do
qual só se compreendeu o nome "Sting". Depois, os dois se
uniram em um vocalise tribal.
O ex-The Police intercalou
hits de sua antiga banda com
sucessos da carreira solo. "If I
Lose My Faith in You", "Message in a Bottle", "Englishman in
New York", "Set Them Free",
"Roxanne", "King of Pain" e
"Every Breath You Take" estavam no repertório.
O show, que reuniu 14 mil
pessoas no final da noite, aconteceu sobre a lama deixada pelo
temporal que desabou durante
o show da banda The Killers na
noite anterior.
A produção conseguiu drenar a água de trechos do terreno, mas boa parte da pista ficou
dominada por piscinões.
Antes de Sting, subiu ao palco o norte-americano Jason
Mraz, que arrancou gritinhos
da ala feminina da plateia cada
vez que rebolava ou deixava
parte do abdômen à mostra.
"Lucky", um dos hits de
Mraz, foi entoado com a cantora Sandy. "I'm Yours", música
que foi parte da trilha sonora da
novela "A Favorita", marcou o
início da breve chuva.
Brasileiros
"A lama é uma das condições
humanas", gritou Carlinhos
Brown durante seu show -o
terceiro da maratona, que começou pontualmente às 15h
com a apresentação do AfroReggae, vista por menos de mil
pessoas. Na sequência, Arnaldo
Antunes apresentou as canções
de "Iê Iê Iê", seu mais recente
CD. Após oito músicas, teve o
som de seu microfone cortado
pela produção para evitar atrasos na programação.
Brown fez o show mais animado da tarde, enfileirando sucessos dele e dos Tribalistas.
Desceu do palco e fez parte do
show no meio da plateia, atolando os sapatos no barro.
O cantor também quebrou o
protocolo VIP e atravessou a
chamada "pista premium" -localizada em frente ao palco,
com ingressos a R$ 500- para
cantar junto ao público da pista
comum, cujos ingressos custavam R$ 120.
Lenine, o último dos brasileiros do festival, fez um show interativo. Dezenas de microfones foram distribuídos para
que o público -que incluía a
atriz Maria Luiza Mendonça e
Brown- cantasse junto.
Texto Anterior: Teatro: "Galileu Galilei", de Brecht, tem leitura no Sesc Próximo Texto: Em meio a chuva e lama, The Killers faz show em SP Índice
|