São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007

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O rei do Natal

Aberto ao público pela primeira vez em mais de 30 anos, especial tem samba, reggae e Bebel de "Paraíso Tropical'

Divulgação/TV Globo
Camila Pitanga com Roberto Carlos


DA SUCURSAL DO RIO

No ano em que não lançou CD e esteve envolvido numa disputa judicial para vetar uma biografia escrita por Paulo Cesar de Araújo, Roberto Carlos não vai faltar à festa de Natal. Depois de amanhã, às 22h, como tem acontecido há 33 anos, o Rei será a atração musical do fim de ano da Globo.
A gravação do especial aconteceu na Arena do Pan, no Rio, no início de novembro e, pela primeira vez, foi aberta ao público. Resultado: muita tietagem. As fãs de meia-idade continuaram reinando, mas as filhas da geração da jovem guarda também compareceram.
A começar pela principal convidada: Camila Pitanga, que "bombou" como Bebel na novela "Paraíso Tropical". A atriz fez dueto com Roberto em "Como É Grande o Meu Amor por Você". E babou: "Vocês não têm noooçããão da emoção".
Embora preso a textos prontos, alguns idênticos aos do especial do ano passado -como "Aí veio a noite, e, à noite, vocês sabem... A gente faz planos", antes de mandar "Café da Manhã"- e com alfinetadas às já tradicionais falhas de som, o cantor fez suas graças. Brincou com ele mesmo, dançou reggae com Gilberto Gil e ainda sambou com Alcione, que lançou, no palco, um convite: "Quer casar comigo?". "Vamos nessa!", ele respondeu, rindo.

Tietagem
"Na primeira vez em que fui ao show dele, fui meio obrigada pela minha mãe. Quando começou, sabia todas as músicas. Pensei: "Como assim eu sei as músicas do Roberto Carlos?". Acho que está no sangue", disse a atriz Fernanda Paes Leme, 24, acompanhada por Nívea Stelman, 32, e Daniele Winnits, 32, todas com os pais a tiracolo na gravação.
"Ele é totalmente atual", decretou a atriz Dira Paes, apontando para o engarrafamento no entorno do local, que já se formava duas horas antes do início da gravação.
Para uma platéia com 9.000 pessoas, segundo a Globo, o cantor fez questão de mostrar o que seriam os progressos de seu tratamento para superar o TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Durante anos, Roberto tem sido prisioneiro de manias e deixou de cantar algumas de suas canções. Era o caso de "Negro Gato", que ele já havia incluído no especial de 2006 e repetiu neste ano.
"Durante algum tempo não cantei essa canção, não sei por quê. Acho que a terapia está dando certo", disse, sob aplausos do público.
Com Gilberto Gil pela primeira vez no especial, Roberto cantou "Eu Sou Terrível" e "Não Chores Mais (No Woman No Cry)", versão do ministro para a música de Bob Marley. "O "ób-observando" eu deixei para ele, não é fácil fazer", disse Roberto, referindo-se a um dos trechos da letra.
Depois, acompanhado do tradicional piano branco, de sua banda e do maestro Eduardo Lages, cantou "coisas ingênuas da jovem guarda, apesar de que naquela época não éramos tão ingênuos". Logo a seguir, anunciou a entrada de Pitanga, "uma atriz de "catiguria'".
Com um vestido longo branco e declaradamente nervosa, a atriz, grávida de dois meses, não arriscou muitos tons e agradeceu o apoio da platéia, na qual estava sua madrasta, a secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, Benedita da Silva.
"Jesus Cristo" não entrou no repertório deste ano, que foi fechado com "Luz Divina", depois de o Rei dividir o palco com o grupo Roupa Nova, que teve que repetir duas vezes as músicas "Whisky a Go Go" e "Se Você Pensa" por desencontros da banda e falhas do som. (LUISA BELCHIOR)


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