São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 2008

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TELEVISÃO

Fernanda Montenegro narra especial

"O Natal do Menino Imperador" conta história de dom Pedro 2º criança e sua festa circense na corte

CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO

Fernanda Montenegro aparece apenas no início e no final de "O Natal do Menino Imperador", antes de a história começar propriamente e depois que ela se encerra.
"O Natal na infância é uma coisa inesquecível. É a grande festa, mas, quando se chega a uma certa idade, há sempre uma nostalgia. Não é fácil passar essa data carregando as memórias sem as pessoas que já se foram. É muito difícil abrir mão de gente que testemunhou sua vida e sua história", afirma Montenegro.
Ela é a narradora que apresenta o contexto histórico do século 19 a partir da chegada da corte portuguesa ao Brasil. "O texto [de Péricles Barros] tem um poder de síntese muito grande. Você passa rapidamente por vida, paixão e morte do personagem", diz ela.
"O Natal do Menino Imperador" começa em 1834 e mostra o solitário herdeiro da coroa, então com nove anos, descobrindo os prazeres da infância -desconhecidos para ele, que desde os quatro era preparado para governar o país.
Tudo é visto em flashback, lembrado por dom Pedro 2º já velho (Sérgio Britto), deposto do trono e exilado na Europa, onde passa o último Natal de sua vida. No especial, o personagem repassa as melhores lembranças de sua infância.
"Aquele foi o único Natal em que ele pôde brincar de verdade e esquecer que era o imperador. Naquele ano, ele quebrou todos os protocolos, levando o pessoal do circo para o palácio", conta Guillermo Hundadze, 11, que interpreta dom Pedro 2º quando criança.
Embora não se trate de uma reconstituição histórica, o programa se apropria de fatos reais em sua dramaturgia. Por exemplo: a amizade do imperador com Rafael, um escravo mais velho com quem ele tinha intimidade. No especial, ele foi adaptado na figura de Dito (João Ramos), um escravo do palácio cuja idade coincide com a de dom Pedro 2º.
"Quando o Dito encontra dom Pedro, não sabe que ele é o imperador e o trata como uma criança comum. Eles ficam amigos, e o Dito o ensina a ser criança", conta Hundadze.
Cabe ao Marquês de Itanhaém (Guilherme Weber) zelar pela rígida rotina à qual o pequeno imperador era submetido, obrigando-o a comparecer a recepções e jantares e a ampliar os seus conhecimentos no terreno das artes e da ciência. Veio daí a formação do imperador, decisiva para os rumos da nação, segundo Fernanda Montenegro.
"Eu gosto do Pedro 2º, acho que ele foi um homem importante no desenrolar da nossa vida pública. Era um homem culto, que sempre buscou tornar o Brasil um país moderno, contemporâneo."
Aracy Balabanian, Luiz Carlos Vasconcelos e Reynaldo Gianecchini, que faz uma breve participação no papel de d. Pedro 1º, estão no elenco.


O NATAL DO MENINO IMPERADOR
Quando:
hoje, às 22h15
Onde: na Globo
Classificação: não informada



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