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Segurança é o atrativo para emissoras de TV
Formatos oferecem melhores expectativas de audiência e de retorno comercial
Para anunciantes, realities oferecem ações com mais tempo e agressividade, mas volume excessivo do gênero pode se tornar preocupação
DA REPORTAGEM LOCAL
Não são apenas as empresas
internacionais, vendedoras dos
formatos, que estão satisfeitas
com o resultado no Brasil. As
próprias emissoras de TV,
compradoras, celebram as parcerias: "Esses produtos, já amplamente testados, permitem
que façamos uma equação, que
também abrange o desenvolvimento de conteúdo mais autoral, mais criativo", diz Mônica
Pimentel, superintendente artística da RedeTV!.
A emissora promoverá a estreia de três formatos internacionais no primeiro semestre
("O Último Passageiro", "Mega
Senha" e "No Tanque dos Tubarões"), além de lançar o nacional "Operação de Risco",
reality policial da Medialand,
no dia 1º de fevereiro.
Até mesmo a Globo, tradicional produtora de teledramaturgia, tem no "Big Brother Brasil", formato da Endemol que já
está na décima edição, um de
seus maiores sucessos comerciais, por conta de patrocínios e
de ações de merchandising.
Para Paulo Gregoraci, presidente da agência de publicidade W/, esse crescimento do
segmento de formatos reflete
uma tendência mundial, com
caráter positivo e apoio do mercado. A única preocupação é
quanto a um possível exagero,
com volume muito grande e simultâneo desse gênero.
Gregoraci diz que os realities
fazem sucesso entre os anunciantes por permitirem grande
volume de ações de merchandising, com mais tempo de ação,
liberdade, interação e agressividade. "Hoje, todo mundo sabe identificar o que é ação comercial, e em um reality isso fica menos deslocado de contexto do que em uma novela."
Adaptação
Hélio Vargas, diretor artístico da Band, emissora que tem
entre suas principais audiências os formatos "CQC" e
"E24", destaca a necessidade de
adaptações culturais nas atrações, para que façam sentido
em contexto nacional.
Um bom exemplo é dado por
Flávia da Matta, da Fremantle,
que trabalhou na adaptação de
"O Aprendiz" para a Record:
"Havia uma prova, na bíblia de
produção, em que os concorrentes tinham de vender limonada na rua, o que é algo típico
americano. Aqui, transformamos na venda de rosas em semáforos, mais comum".
Daniela Busoli, da Endemol,
vê adaptações como forma de
evitar programas "enlatados".
Scott Cru, diretor internacional da Mark Burnett, acredita
que um formato é um modo de
contar histórias, que devem ter
apelo universal, e isso é o que
determina o sucesso global de
um programa: "O sonho de ter
um ótimo emprego [prêmio final de "O Aprendiz'] vale tanto
para um garoto americano do
Iowa quanto para alguém de
São Paulo", exemplifica.
(RODRIGO RUSSO)
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