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As aranhas de "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (67)

Sai caixa com os cinco melhores filmes de José Mojica Marins

IVAN FINOTTI
da Reportagem Local

O melhor de Zé do Caixão chega, afinal, aos videocassetes brasileiros. A Continental Home Video está lançando uma caixa com os cinco maiores filmes dirigidos pelo cineasta José Mojica Marins, incluindo o censurado "O Despertar da Besta".
As fitas, já à venda, podem ser compradas avulsas (preço sugerido de R$ 28) ou juntas (R$ 120), reunidas numa caixa de papelão mole, a exemplo da cenografia de muitos de seus filmes.
Os filmes são: "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (64), "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (67), "O Estranho Mundo de Zé do Caixão" (68), "O Despertar da Besta" (69) e "Finis Hominis" (71).
Está aí o melhor produzido pelo diretor em sua carreira de mais de 30 longas-metragens. Os três primeiros já saíram em vídeo, por distribuidoras diferentes, há alguns anos, apesar de ser pratica"mente impossível encontrá-los nas locadoras.
Os outros dois são inéditos em vídeo no país, sendo que "O Despertar da Besta" nunca foi exibido comercialmente nos cinemas por ter sido censurado em 70.
"Os lançamentos anteriores não foram bem explorados", afirma Mojica. "Acha-se um ou outro no Rio ou em São Paulo, mas em outros Estados não. Acho que agora vai", diz o diretor, que viaja no sábado para ser homenageado no festival de cinema fantástico Fantasporto, em Portugal.
Nos Estados Unidos, onde o personagem é conhecido como "Coffin Joe", há sete anos estão disponíveis 13 filmes em lojas e locadoras.
Na Inglaterra, quatro filmes da coleção estão programados para sair este ano pela empresa Pagan Films. A exceção é "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", o qual, segundo Pete Tombs, da Pagan Films, "jamais passaria pela censura inglesa por ser violento demais".
Aqui, cada fita está saindo com 4.000 cópias, um décimo de um grande lançamento norte-americano, mas o dobro do destinado, geralmente, a novos produtos pela Continental.
A Continental é uma distribuidora especializada em clássicos, como os de Orson Welles (que fez o melhor filme de todos os tempos, "Cidadão Kane"), ou cults, como os de Ed Wood (que fez o pior, "Plan 9 from Outer Space").
Em algum lugar entre esse dois cabe Zé do Caixão: "Ele se encaixa nesse perfil. É muito falado, mas pouco visto", diz Eduardo Beu, diretor de programação da distribuidora.
As fitas já começaram a ser vendidas para lojas (venda direta) e locadoras (venda e locação). "A repercussão desse lançamento é bem maior do que imaginávamos", afirma Edelvan Lourenço, diretor-geral da empresa.
"Não apenas redes como Blockbuster, 2001, Siciliano e Saraiva nos procuraram, mas também hipermercados. Impressionaram-me ainda as vendas para locadoras do Sul e do Nordeste."
"Por tudo isso, esperamos uma nova leva, talvez mais 2.000 cópias de cada filme, para daqui a quatro meses", diz Lourenço.

DVD
Também em breve, ainda este ano, Lourenço quer lançar a "Coleção Zé do Caixão" em DVD.
"Alguns clientes queriam o DVD já. Vamos esperar uma melhora do mercado, que ainda é bem pequeno no Brasil. Talvez em outubro, próximo ao Halloween", estima Lourenço, que pretende legendar Zé do Caixão em inglês, francês, espanhol, alemão e japonês.


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