São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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DA RUA

Elite

FERNANDO BONASSI
Um sobrenome que batiza viaduto. Punhados de amizades cifradas. Fazenda caindo aos pedaços, onde vacas pastam de pena. Adegas esquecidas avinagrando vinhos hereditários. Apartamentos fechados. Mármores e santos roubados. Garagem pra bicicletas enferrujadas de três gerações. Correntes de ouro. Barcos de borracha. Dois casacos siberianos e um fêmur de platina. Ganhou cartório aos 21, além de contas remotas em paraísos distantes. Cheirou de tudo um pouco, até parar no uísque sem gelo. Senta numa mesa comprida, com cinzeiros sujos de chiclete. Dá ordens que só empregados respeitam. Um noivado esquisito. Um casamento abortado. No currículo de meia página, sete línguas mortas.



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