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DA RUA
Elite
FERNANDO BONASSI
Um sobrenome que batiza
viaduto. Punhados de amizades cifradas. Fazenda caindo
aos pedaços, onde vacas pastam de pena. Adegas esquecidas avinagrando vinhos hereditários. Apartamentos fechados. Mármores e santos
roubados. Garagem pra bicicletas enferrujadas de três gerações. Correntes de ouro.
Barcos de borracha. Dois casacos siberianos e um fêmur
de platina. Ganhou cartório
aos 21, além de contas remotas em paraísos distantes.
Cheirou de tudo um pouco,
até parar no uísque sem gelo.
Senta numa mesa comprida,
com cinzeiros sujos de chiclete. Dá ordens que só empregados respeitam. Um noivado esquisito. Um casamento
abortado. No currículo de
meia página, sete línguas
mortas.
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